Os últimos dados divulgados pela Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), em julho passado, apontam que 2.387 mulheres foram vítimas apenas nos seis primeiros meses do ano. os números fazem referência à violência contra a mulher, que pode ocorrer de diversas formas: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial, de acordo com a Lei Maria da Penha. 

Conforme as Organizações das Nações Unidas (ONU), um novo relatório, divulgado neste ano, aponta que  duas em cada três mulheres relataram sofrer ou conhecer alguém que sofre algum tipo de violência. Apenas 10% denunciaram as agressões. No Brasil, dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos revelam mais de 100 mil casos de violência contra mulher desde então.

Ainda segundo a ONU, todas as formas violam os direitos humanos e geram graves consequências para a vítima. Pensando em acabar com essa realidade que assola tantas mulheres no Tocantins e em todo mundo, começa nesta quinta-feira, 25, e vai até o dia 10 de dezembro, a programação da Campanha Internacional ‘16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres’. 

Em Palmas, a equipe de profissionais da saúde, que atua no Núcleo de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes e Promoção da Saúde e Cultura de Paz (Nupav), em parceria com vários órgãos e entidades ligadas ao tema, realiza nesta manhã a ‘Carreata Nupav Mulher’. A iniciativa pretende sensibilizar e conscientizar a população sobre a necessidade de erradicar a violência contra a mulher.

O percurso da Carreata segue em direção a Estação Xerente, passando pelo Aureny III, Aureny I, na Avenida I, até a Avenida Tocantins, em Taquaralto. De lá, o grupo faz o trajeto da Avenida Tocantins para JK e finaliza às 12 horas, no Parque dos Povos Indígenas.

Segundo a Semus, a mobilização contará com a participação de ativistas pelo fim da violência; representantes de vários órgãos públicos municipais, estaduais, além de universidades, conselhos e representantes do meio religioso.

Segundo a coordenadora do Nupav, Leyssane Marta Ayres Arruda, a campanha pretende acabar com a violência contra mulheres de todas as idades. “É um movimento global apoiado pela ONU que vai até ao dia 10 de dezembro. Nosso objetivo é mostrar para a sociedade que as mulheres têm uma rede de proteção. Ou seja, para que a vizinha, ou parente também denuncie casos de violência. Queremos mostrar os canais de denúncia e ressaltar o nome das instituições, que são porta de entrada para realização dos atendimentos das vítimas de violência”, explica.

Indígenas 

Entre os participantes do movimento está a Fundação Nacional do Índio (Funai). Segundo a Coordenação Regional Araguaia Tocantins/Funai. O órgão destacou que a participação na carreata vai em encontro ao combate dos vários tipos de  violência sofridos cotidianamente pelas  mulheres indígenas. “Desta forma, pretendemos contribuir para que os trabalhos se mantenham numa perspectiva intersetorial, multidisciplinar e intercultural, na busca pela garantia de seus direitos e da não revitimização”, ressalta a indigenista da Funai Maria das Graças Medici da Costa.

Movimento 

As ações seguem por 16 dias até 10 de dezembro em todo mundo, quando é marcado o Dia dos Direitos Humanos. Desde 1991, a campanha da ONU atua para prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas.