Irmão de Joesley, presidente e responsável pela internacionalização da JBS: conheça Wesley BatistaTrês dias após a prisão do irmão Joesley Batista e do diretor de relações institucionais da JBS, Ricardo Saud, o empresário Wesley Batista, um dos donos da holding J&F, que controla a JBS, foi preso na manhã desta quarta-feira pela Polícia Federal (PF). 

Os três foram presos após a suspensão dos benefícios obtidos no acordo de delação premiada que tinham firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR) por suspeita de ganharem dinheiro no mercado financeiro após a divulgação do acordo.

Irmão do meio entre os três filhos homens de José Batista Sobrinho, o JBS, Wesley, assim como Joesley, não terminou o Ensino Médio para trabalhar nos frigoríficos da família. Hoje, as instalações do primeiro frigorífico da JBS, desativado nos anos 80, encontram-se abandonadas e em deterioração em Formosa.

Sem saber falar inglês, Wesley se mudou para os Estados Unidos, em 2005, após a saída do irmão mais velho, José Batista Júnior, o Júnior da Friboi, da chefia da empresa. Morando na terra do tio San, ele foi responsável pela compra das empresas Swift Foods Company e da Pilgrim’s. 

Quando voltou para o Brasil, Wesley trabalhou para unir os laços das empresas brasileiras e norte-americanas. Assim foi criada a holding J&F Investimentos para unir a Vigor, de produtos lácteos, a Eldorado Brasil, de celulose, e a Alpargatas, de vestuário e dona da marca Havaianas. Todas vendidas após o acordo de delação firmado com a PGR.

Wesley sucedeu o irmão Joesley, o caçula do clã, que após sair do comando da JBS tornou-se o presidente da holding do grupo, a J&F.

Segundo dos filhos de José Batista Sobrinho, o fundador do açougue que daria início ao conglomerado, apareceu na lista da revista Forbes no ano passado entre as pessoas mais ricas do País - ocupava a posição 66 entre os bilionários brasileiros. 

Delator, ao lado do irmão Joesley, Wesley não é alvo da nova investigação pedida por Rodrigo Janot e não tinha sua colaboração ameaçada. Mas, antes da prisão decretada nesta quarta-feira, pessoas próximas aos assessores da JBS já avaliavam que o pior cenário seria a saída forçada de Wesley do comando sem uma transição, o que causaria estrago em um setor marcado pela quebradeira de empresas.  

Wesley, além de dominar as questões operacionais da JBS, é quem tem concentrado as negociações de alongamento das dívidas com bancos - o contrato de refinanciamento foi assinado, mas a JBS ainda tem de concluir constituição de garantias - e as vendas de ativos, que estão encaminhadas 

O empresário tem a missão de liderar o fechamento da venda de negócios, necessária para garantir a sobrevivência da holding e da JBS, enquanto tenta manter-se no cargo. Sócio dos Batista na JBS, o BNDES quer sacá-lo do posto. E agora ganhou uma ajuda da Polícia Federal para fortalecer seus argumentos.