Vencida nas urnas em novembro deste ano, a prefeita de Arapoema, Professora Lu (DEM), sofreu uma derrota na Câmara Municipal e diz que não tem condições de pagar folha nem duodécimo do Legislativo. Com superávit no caixa desse ano pandêmico, por ter recebido recursos a mais para combate à Covid-19, a prefeita encaminhou projeto ao legislativo para abrir crédito suplementar na ordem de 30% e usar o dinheiro mais, porém a proposta não passou na Casa da forma como chegou. Por maioria, os vereadores aprovaram apenas 4,16%. “Mesmo tendo parecer favorável da comissão de orçamento e finanças da câmara, os vereadores reprovaram por 5x4. Por conta disso tenho dinheiro em caixa, mas não posso gastar. Vai deixar folha, encargos e inclusive duodécimo da própria câmara sem possibilidade de execução”, explica a gestora. A prefeita não soube dizer os valores envolvidos na proposta. O orçamento anual da prefeitura, para 2020, é de R$ 18.093.500,00. Segundo o Portal da Transparência municipal, consultado nesta terça-feira, 22, todas as receitas somadas alcança R$ 24.043.034,91, um superávit de quase R$ 6 milhões. O JTo tentou falar com o presidente da Casa em duas tentativas, mas não conseguiu contato. Nas eleições de novembro, a prefeita perdeu para Paulo da Barra Bonita (PV). Disputando a reeleição, ela conseguiu 1.306 votos (35,7%) e o pevista 2.229 (60,9%). O prefeito eleito não quis comentar o resultado da votação. Campanha investigadaA prefeita está sendo investigada em uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) por captação ilícita de votos e abuso de poder econômico e político, ajuizada pelo Ministério Público Eleitoral (MPE). O juiz José Carlos Ferreira Machado concedeu liminar no dia 17 de dezembro, determinando à Polícia Federal, em Araguaína, a conclusão do inquérito sobre os candidatos não eleitos em 30 dias e, em 60, dos candidatos eleitos. Além da prefeita são alvos Edimar Cesar do Rádio (DC), candidato a vice e os candidatos a vereadores Célia (DEM), Gordinho do Açougue (DEM), Josimar Pereira (DEM). Também estão incluso Advânia Rodrigues da Silva (chefe de departamento da Secretaria de Administração e Planejamento), Clesio Souto de Oliveira (funcionário público), Cobiniano Lopes dos Santos (servidor público federal aposentado), Flaviniano Lopes dos Santos (servidor público estadual, motorista) e Iracema Conceição dos Santos. Por telefone, a prefeita disse sofrer perseguição política por parte da promotoria e de uma milícia formada por policiais aposentados. Lu afirma ter sofrido um atentado a tiros a poucos dias da eleição. Ela tamabém reclama da promotoria e disse que houve discriminação por ser mulher e disputar a reeleição e um promotor, que não citou o nome, chegou a expulsá-la da calçada de uma escola. "Essa eleição foi tirada, arrancada dos eleitores da Professora Lu e todos esses atos (a ação judicial e a rejeição da proposta de crédito suplementar) deixam isso mais calro, eles queriam me tirar essa eleição e conseguiram." -Imagem (1.2169948)