O Twitter bloqueou temporariamente o perfil do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) neste domingo (6). Após o filho do presidente criticar a medida, a rede social afirmou que houve um erro e liberou a conta.

"Mais uma, agora no Twitter. E segue a pergunta: por quê? Eles não dizem nem qual post eu violei a tal política da comunidade. E lá vou eu mais uma vez tratar com advogados a questão", afirmou o deputado após o bloqueio, no Instagram.

Questionado, o Twitter afirmou que uma publicação foi identificada erroneamente pelos sistemas como uma violação das regras da rede. "Como acontece nesses casos, o usuário recebeu um email pedindo que ele removesse o tweet em violação para desbloquear sua conta. O erro foi identificado, o tweet voltou ao ar e a conta já está liberada para uso".

O tuíte que causou o bloqueio não foi especificado. A medida ocorreu, porém, após Eduardo compartilhar na rede um vídeo de teor sexista, que relaciona a participação de mulheres na obra ao acidente que abriu uma cratera na marginal Tietê e interditou a via.

"'Procuro sempre contratar mulheres', mas por qual motivo? Homem é pior engenheiro? Quando a meritocracia dá espaço para uma ideologia sem comprovação científica, o resultado não costuma ser o melhor. Escolha sempre o melhor profissional, independente da sua cor, sexo, etnia e etc.", escreveu o parlamentar.

A empresa espanhola Acciona, responsável pela construção da linha 6-laranja do metrô, repudiou o vídeo. "A companhia considera o conteúdo misógino e extremamente desrespeitoso com nossas colaboradoras", afirmou a Acciona.

Neste domingo, o parlamentar ainda citou a devolução de uma medida provisória que dificultava que perfis fossem bloqueados ou apagados das redes sociais.

"A MP da liberdade na internet que previa multa para a rede social que bloqueasse perfil ou deletasse post não criminoso foi devolvida sem análise pelo presidente do Senado", escreveu.

"Esta MP só não é urgente para quem é morno na internet. Tudo bem, opção de cada um. Mas não venha apoiar quem retira meu direito fundamental a liberdade de expressão sem devido processo legal, ampla defesa e contraditório".

A relação do parlamentar com a rede social é marcada por polêmicas e tensões. No ano passado, o Twitter marcou uma postagem do deputado como enganosa.

"Lockdown é o oposto de distanciamento social. No lockdown as pessoas são condenadas a ficarem confinadas em casa, aumentando a proliferação do vírus", dizia a publicação do parlamentar.

O texto do filho do presidente Jair Bolsonaro, disse a plataforma, violava as regras da rede social ao veicular "informações enganosas e potencialmente prejudiciais relacionadas à Covid-19."

Em junho do ano passado, ele reclamou que perdeu mais de 15 mil seguidores, "sem qualquer explicação", e disse que o governo precisa urgentemente colocar em vigor a nova regra.

"Isso não é interferência na área privada. Quando um empregador usa mão-de-obra escrava, que é também uma violação as liberdades, e é punido por isso, ninguém vê aí uma interferência na atividade privada", escreveu Eduardo, no Instagram.

O Twitter disse que apenas suspendeu contas com "comportamentos suspeitos" para que estes usuários confirmem dados como senha ou número do celular.