Pré-candidato à Presidência da República pelo Podemos, Sergio Moro, afirmou nesta segunda-feira (14) que irá indicar juízes “terrivelmente contra corrupção” para vagas no STF (Supremo Tribunal Federal) durante eventual governo. Em entrevista à Jovem Pan, o ex-juiz disse que irá assegurar a autonomia do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal.

A expressão “terrivelmente” faz referência à indicação de André Mendonça à Suprema Corte. Em julho do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse indicaria um ministro “terrivelmente evangélico” ao STF. Mendonça é pastor presbiteriano.

“A gente vai nomear para o Supremo Tribunal Federal juízes terrivelmente contra a corrupção. Gente firme contra a corrupção”, disse.

O ex-juiz afirmou também que a “culpa” do enfraquecimento do combate à corrupção não é exclusiva de Bolsonaro. Segundo Moro, o Congresso e o STF atuaram com “cumplicidade” nesse processo.

Para Moro, o STF anulou as condenações de Lula (PT) “com base em coisas que ninguém entende”. Ex-ministro da Justiça disse que essas decisões do STF colaboram com a mensagem de que o “crime compensa”.

“O governo atual juntamente com parte do Congresso e parte do STF destruíram a Lava Jato [sic]. Quando eu falei aquilo [que não ia ser candidato], eu pensava que ia acontecer algo diferente e que a gente ia conseguir mudar o rumo das coisas no Brasil”, afirmou.

Na decisão, o ministro do STF Edson Fachin entendeu que não havia conexão entre os fatos apontados pelo MPF contra Lula e o esquema de desvios na Petrobras alvo da Operação Lava Jato. Segundo ele, o direito processual penal estabelece a necessidade de anular “atos decisórios praticados por juiz incompetente”, caso da 13ª Vara Federal de Curitiba.