O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou à Polícia Federal, no inquérito que investiga o deputado Eduardo Da Fonte (PP/PE), que informe toda semana os passos das investigações. A decisão acolhe pedido da Procuradoria-Geral da República ante o impasse com a PF na condução de inquéritos relativos a políticos - além de deputados e senadores, governadores e ex-parlamentares são alvo dessa instância da Operação Lava Jato.

A investigação mira políticos com foro privilegiado perante a Corte - deputados e senadores citados como supostos beneficiários de propinas do esquema de corrupção na Petrobrás.

A Procuradoria fez o pedido no âmbito do inquérito sobre o deputado Eduardo Da Fonte. Ele é citado pelo delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, como envolvido no repasse de R$ 10 milhões para o PSDB em 2010. O valor teria sido solicitado pelo então presidente do partido, senador Sérgio Guerra (morto em 2014) para supostamente 'esvaziar' uma CPI da Petrobras, segundo o delator.

Os inquéritos sobre políticos foram abertos por ordem do ministro Teori. Em meio às investigações, porém, a Procuradoria e a PF se desentenderam sobre a forma da apuração, agendas de depoimentos e outras medidas. A Procuradoria submeteu o caso ao ministro, pedindo que ele mandasse a PF prestar contas dos trabalhos semanalmente.

O ministro acolheu a petição da Procuradoria-Geral. Em sua decisão nos autos do inquérito que cita o deputado Eduardo da Fonte, o ministro prega "atuação harmoniosa e conjunta do Ministério Público e da autoridade policial". Teori autorizou as providências requeridas - ajuste prévio do local e data para o depoimento do parlamentar.

Teori Zavascki mandou a PF informar toda semana "qualquer acréscimo aos autos do inquérito, como forma de permitir o acompanhamento pari passu da investigação".

O ministro prorrogou o prazo do inquérito por 60 dias.