Após um encontro que durou cerca de seis horas no Palácio do Jaburu, o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, disse neste domingo (24) que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) se mostrou contrário ao aumento de impostos, mas evitou firmar compromissos até que ocorra a votação do impeachment no Senado.

"Ele não é a favor de aumento de impostos e respeita muito esse processo que ainda não está concluído. Ele se reserva sempre de que é preciso aguardar a conclusão do processo no Senado. Mas é natural que, considerando a aprovação na Câmara e o tempo que tem para a aprovação no Senado que ele ouça ideias, propostas e converse com as pessoas", disse.

Segundo Skaf, Temer "ouviu atentamente" as propostas da federação, que incluem a realização de um ajuste fiscal sem que haja aumento de impostos.
"Em hipótese nenhuma [apoiaríamos uma nova CPMF]. Acreditamos e sabemos que é possível fazer o ajuste fiscal, é possível acertar as contas do governo na mão das despesas, reduzindo desperdícios, de forma a equilibrar."

"Só tem uma forma de aumentar a arrecadação: com a retomada do crescimento do país. Essa sim aumenta naturalmente a arrecadação. Retomar o crescimento não é aumentando impostos", disse.

Neste sábado (23), Temer recebeu o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, cotado para chefiar a Fazenda caso o peemedebista assuma o poder.