O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL/SP), filho do presidente, disse nesta sexta, 15, que ‘há uma revolta muito grande’ nas redes sociais com o resultado do julgamento do Supremo que, na sessão plenária de quinta (14), impôs revés histórico à Lava Jato.

“Eu estou vendo, nas redes sociais há uma revolta muito grande”, afirma Eduardo Bolsonaro. “Eu tenho que tomar cuidado, pela minha posição, com as minhas declarações. Certamente o julgamento e as causas cabem ao STF, mas de fato há uma revolta na população porque está enxergando isso como uma impunidade para favorecer políticos.”

Por 6 votos a 5, os ministros da Corte máxima decidiram que crimes eleitorais e conexos, como corrupção e lavagem de dinheiro, devem ficar sob o guarda-chuva da Justiça Eleitoral.

Os procuradores da Lava Jato alertam que a grande operação, após cinco anos e 60 fases, foi destruída porque a Justiça Eleitoral não tem capacidade para tocar ações de ‘grande complexidade’.

Nesta sexta, 15, Eduardo Bolsonaro, que é escrivão de Polícia Federal de carreira, foi à solenidade de posse do novo superintendente regional da PF em São Paulo, delegado Lindinalvo Alexandrino de Almeida Filho.

Ao final do evento, indagado sobre sua avaliação do julgamento do Supremo, Bolsonaro falou sobre o julgamento do Supremo. “Eu sou deputado federal, não é da minha alçada, eu não tive acesso aos autos para conseguir julgar, mas como representante da população, essa mensagem tem que ser dada: a população não gostou e realmente está pegando mal. Isso aí acaba desgastando um pouco a imagem do Supremo, sim.”

Eduardo falou também sobre suas expectativas em torno da Reforma da Previdência. “Na Comissão de Constituição e Justiça quem está comandando lá é o (deputado) Francischini. É uma pessoa que tem total entrada junto ao Governo. Ele vai conseguir levar a demanda dos parlamentares para que o Governo analise.”

Para Eduardo, ‘a visão do governo, é claro, é aquela visão da linha mais econômica, mais atuarial, mas certamente a melhor reforma, como o próprio presidente fala, é aquela reforma que passa no Congresso Nacional’.

“Algumas mudanças, obviamente, são esperadas durante esse processo. Mas também há certeza que nem todos ficarão satisfeitos. Muitas vezes eu sou procurado por algumas categorias que o desejo delas, a reforma perfeita é estar fora da reforma. Essa é uma reforma democrática, ela ataca privilégios e vai exigir cota de sacrifício de todas as categorias.”

Perguntado sobre como o governo deverá proceder para superar dificuldades, o deputado do PSL disse. “É com diálogo, com conversa. Têm argumentos bons, sim. Às vezes não são argumentos corporativistas, são argumentos mais da linha social que devem ser levados em consideração. O governo vai ter a maturidade para conseguir trabalhar com isso e o Congresso vai ter maturidade também para não desidratar de morte a Reforma.”

Em sua avaliação, a reforma que atinge os militares não deve criar impasse. “Acho que não. O que você tem na PEC lá é a questão da idade mínima. Os militares é um outro regime, mas dá para você conversar, sim. Agora, é aquele negócio: para situações desiguais, medidas desiguais.”