O presidente Jair Bolsonaro disse na manhã desta quinta-feira (4) que “não acontece nada” se processar alguém que o chama de “fascista”. Bolsonaro falou ainda que, se fosse ele a chamar alguém de “fascista”, neste caso acabaria sendo condenado.

“Se o cara me chama de fascista, por exemplo, e eu entro com processo, não acontece nada. Agora, se eu chamo ele de fascista, levo R$ 20 mil no lombo, não adianta. A minha taxa de sucesso é próxima do zero. E outra coisa: se é liberdade de expressão, tem que valer para todo mundo”, afirmou.

Bolsonaro deu a declaração a apoiadores no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência, num contexto em que movimentos autodenominados “antifascistas” – que fazem oposição ao governo federal – preparam manifestações em diversas cidades do Brasil para o próximo domingo (7).

Por causa dos protestos, o presidente orientou seus apoiadores na última segunda-feira (1º) a não comparecerem a manifestações no próximo domingo. Tornou-se habitual manifestantes que apoiam o governo e o próprio Bolsonaro participarem de atos em Brasília aos domingos.

“Estão marcando no domingo o movimento, né? Deixa eles sozinhos no domingo, tá ok? Deixa sozinhos no domingo”, afirmou Bolsonaro na segunda-feira.

No último domingo (30.mai), houve confronto entre apoiadores do governo e opositores. Na Avenida Paulista, em São Paulo, a Polícia Militar disparou tiros de bala de borracha e bomba de efeito moral contra as pessoas no local. De acordo com o governo estadual, a PM agiu para manter a integridade física dos manifestantes.

BOLSONARO: “ANTIFASCISTAS” SÃO “TERRORISTAS”

O presidente chamou os manifestantes “antifascistas” de “terroristas” e “marginais” na noite da última 3ª feira (02.jun). Bolsonaro disse ainda que é necessária uma “retaguarda jurídica” para que os policiais possam “bem trabalhar” durante as manifestações, caso haja uma “crescente desse tipo de movimento que não tem nada a ver com democracia”. 

“Até, me desculpe aqui, uma parte da imprensa muito grande anunciava o nosso pessoal como [aquele que] está em movimentos antidemocráticos e, do outro lado, o pessoal de preto como movimento democrático”, disse.

O presidente mencionou os protestos realizados no 2º semestre no Chile e afirmou que “não pode chegar aqui” no Brasil o “quebra-quebra”:

“Não podemos admitir isso daí. Isso não é democracia nem liberdade de expressão. Isso no meu entender, terrorismo. E a gente espera que esse movimento não cresça, porque o que a gente menos quer é entrar em confronto com quem quer que seja”, afirmou.