Quarto candidato a participar da sabatina realizada em conjunto pelo Jornal do Tocantins, Jornal Daqui e Rádio CBN Tocantins, Márlon Reis (Rede) afirma são necessárias medidas de austeridade para recuperar a economia do Tocantins. Ele também critica adversários por não apresentarem em seus planos de governo propostas de combate à corrupção, o que ele considera a origem de todos os males que afligem o Tocantins.

A entrevista foi mediada por Tião Pinheiro editor-chefe do JTo, com a participação de Lailton Costa, colunista do JTo e Júlio Prado, coordenador da Rádio CBN Tocantins.

Para o governadoriável, a única forma de retomar o crescimento da economia do Estado será resolvendo os problemas das contas públicas. “É preciso se debruçar sobre as contas do Estado. Reduzir despesas para conseguir ter receitas”, destaca Reis acrescentando que seus adversários não falam a verdade sobre a necessidade de exonerar funcionários fantasmas. “Eles não falam da determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE) que o governo terá que cumprir. O TCE determinou a exoneração de 5 mil pessoas”, afirma.

Para o candidato da Rede, é preciso que quem se propõe a governar o Estado tenha o compromisso de falar a verdade ainda no período de campanha, que é quando, segundo ele, as relações são estabelecidas. “O próximo governador terá a obrigação de tirar o Tocantins do colapso. Não adianta ficar mentindo”, critica.

Contabilizando

Para Reis, das cinco candidaturas postas, apenas três estão concorrendo com chances reais de vitória. Além de sua própria candidatura, ele nomina os candidatos Mauro Carlesse (PHS) que tenta a reeleição, e Carlos Amastha (PSB) como adversários reais e a quem ele não poupa críticas.

Sobre o atual governador, Reis o acusa de ter tirado proveito eleitoral de uma série de promessas falsas. “Ele chegou a publicar no Diário Oficial do Estado pagamentos que não foram cumpridos”, acusa acrescentando que Carlesse comemora o fato de estar pagando os salários do servidores. “O que é só sua obrigação”, pontua.

Já sobre Carlos Amastha, as críticas são relativas ao formato de campanha. Para ele, o ex-prefeito de Palmas traiu companheiros que caminharam ao seu lado por toda sua trajetória político-partidária e agora se encontra isolado, numa coligação com pessoas que em seu ponto de vista, Amastha não conhece.

Ele ainda acusa o adversário de ser totalitarista, fazendo alusão ao episódio em que ele representou contra os partidos PC do B e PTB, de Nésio e Zé Geraldo, respectivamente, sob a alegação de que as atas das convenções em que as siglas optaram por sua coligação teriam sido fraudadas. “O Amastha traiu seus companheiros e hoje se vê entre pessoas que não conhece. Ele traiu, aceitando o chapão nas proporcionais - decisão de fazer uma chapa única de deputados, com amplo espaço para os candidatos do MDB - onde jamais os seus aliados iniciais teriam capacidade mínima de serem eleitos”, define.

Prioridades

Para Márlon Reis, a prioridade zero da gestão será mesmo retomar capacidade de investimento do Estado, para então buscar resolver problemas que estão gritando por solução, a exemplo dos problemas da saúde, que incluem filas para cirurgias eletivas, falta de especialistas, de insumos, de leitos, tanto em apartamentos e enfermarias quanto em UTIs, dentre outros. Além disso, solucionar problemas de infraestrutura. “A prioridade zero é a retomada da capacidade de investimentos, de aumento das receitas, da arrecadação sem aumento de impostos e reduzir despesas para atacar os demais problemas”, diz.

Perfil

Márlon Reis é de Pedro Afonso, tem 47 anos, advogado especialista em Direito Eleitoral e partidário, doutor em Sociologia Jurídica e Instituições Políticas pela Universidad de Zaragoza. É um dos idealizadores da Lei da Ficha Limpa. Em 1997 tornou-se juiz e atuou por quase 20 anos no Maranhão. Em 2002, idealizou, com lideranças sociais, o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. Foi o primeiro juiz brasileiro a exigir divulgação antecipada dos doadores de campanha em eleições municipais. Em junho disputou as eleições suplementares ao governo tampão ficando na quinta colocação.

Clique abaixo e confira a entrevista em áudio do candidato Márlon Reis (Rede):