A candidata pelo PSOL ao governo do Estado Bernadete Aparecida entrou na disputa sem coligação e é a única a se intitular socialista na disputa do comando do Palácio Araguaia. Seguindo essa ideologia, ela defende no seu plano de governo um desenvolvimento econômico integrado para o Tocantins, com incentivos fiscais que cheguem às médias e pequenas empresas e estimular a criação de empreendimentos solidários de jovens e mulheres sem causar dano ao meio ambiente. A candidata é a terceira entrevistada pelo Jornal do Tocantins, Daqui e rádio CBN Tocantins.

Em relação ao setor industrial, ao apontar que a elevada carga tributária e a burocracia seriam os principais gargalos encontrados no Tocantins, conforme pontuações feitas pela Federação das Indústrias do Estado do Tocantins (Fieto) e pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Palmas, Bernadete argumenta que existem outros pontos para os entraves da industrialização no Estado. “Estamos em conjuntura de crise que é mundial, onde vemos que a desindustrialização está ocorrendo no mundo inteiro. Vejo que o setor precisa respeitar os direitos dos trabalhadores e o Poder Público preparar a população de forma científica e técnica para garantir uma mão de obra qualificada”, avalia. Ela também promete uma tributação mais justa para todos os setores econômicos.

A candidata pontua que o governo do Estado precisa ampliar sua capacidade de investimento e os recursos destinados para infraestrutura. Ela defende que é urgente fazer um melhor uso da Ferrovia Norte-Sul e viabilizar a navegação dos rio Tocantins por meio da hidrovia. Questionada sobre de onde viriam esses recursos, Bernadete detalha que de operações de créditos com os bancos e parceria com o governo federal.

“Outra proposta para otimizar melhor a aplicação desses recursos é a criação de um escritório de projetos e de uma agência de engenharia e arquitetura, que possibilitará termos de licitações mais justas e destinações de recursos com coerência”, ressalta a candidata. Ela disse que outra medida que adotará se eleita é não favorecer o desvio de verba e combater a corrupção na gestão.

Falando em empréstimos, a candidata é questionada sobre que medidas adotaria para melhorar a situação fiscal e de endividamento do governo estadual que hoje está classificado com nota C pela União, bastante baixa. Bernadete responde que essa é uma situação terrível e que não envolve apenas a capacidade de recolhimento do governo, que hoje dispõe de poucos recursos em razão do comprometimento com a folha de pagamento, mas também a cultura de corrupção existente nas diversas gestões que já passaram pelo Palácio Araguaia.

Bernadete acrescenta que, assim como o seu partido em âmbito nacional, tem propostas para ampliar a taxação das grandes fortunas, pensa em buscar mecanismos para implantar uma tributação progressiva onde os mais ricos paguem mais e as pessoas com menos dinheiro, paguem menos.

Bernadete destaca que outra área que deseja desenvolver no Estado é a cultura junto com o turismo sustentável e o lazer, incentivando as festas tradicionais e a recuperação do patrimônio histórico do Tocantins. “Quero criar fundos para potencializar a arrecadação e aplicação de recursos, com uma gestão compartilhada ouvindo os cidadãos dos polos turísticos.”

A candidata defende que o governo, e se eleita é uma das suas propostas, deve investir em uma matriz de energia alternativa a gerada pelas hidrelétricas. “É preciso investir na a energia solar, que hoje é muito cara, mas é preciso fazer pesquisas e incentivar projetos que devem ser feitos para mudar a matriz energética. Porque além de uma energia limpa, o seu uso se popularizando pressionará a redução do preço da energia elétrica convencional”, opina.

Perfil

Bernadete Aparecida Ferreira tem 57 anos, natural de Farol (PR), cresceu em São Paulo e mora em Palmas desde 1996, onde atuou na fundação da ONG Casa 8 de Março em 1998 com o objetivo de dar apoio às mulheres em situação de vulnerabilidade social. Antes de ingressar no PSOL foi filiada ao PT, sendo que disputou as eleições de 2000 como candidata a vereadora de Palmas, mas não teve sucesso. Em 2006 se filiou ao PSOL, partido que ajudou a fundar recolhendo assinaturas no Tocantins. Bernadete é graduada em Pedagogia e Direito e mestre em Direitos Humanos. 

Clique abaixo e confira a entrevista em áudio da candidata Bernadete Aparecida (PSOL):