O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), determinou, nesta quarta-feira (18), que a Polícia Federal e a Polícia Militar do Distrito Federal investiguem a existência de armas ou materiais perigosos no acampamento instalado no gramado em frente ao Congresso Nacional.

Uma confusão entre manifestantes que defendem o impeachment da presidente Dilma Rousseff e mulheres do movimento negro gerou reclamações de parlamentares no plenário da Câmara durante a realização da sessão conjunta do Congresso.

Diante da pressão, Renan voltou a dizer que não deu aval para a instalação do acampamento montado pelo MBL (Movimento Brasil Livre) e outros grupos pró-impeachment.

Um ato conjunto de 2001 das Mesas Diretoras da Câmara e do Senado proíbe qualquer tipo de construção no gramado em frente ao Congresso Nacional. As barracas, no entanto, foram montadas no final de outubro após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ter autorizado unilateralmente.

"Nós não concordamos com a ocupação", disse Renan. Ele, no entanto, afirmou que não pode determinar a saída dos manifestantes sozinho e disse que procurará Cunha mais uma vez para decidir pela desocupação. O presidente do Senado já afirmou em outras ocasiões que tomaria uma decisão.

BRIGA
A confusão em frente ao Congresso começou no início da tarde quando a Marcha das Mulheres Negras 2015 passou pelo local. Integrantes do movimento afirmaram que algumas pessoas do acampamento pró-impeachment do MBL e do movimento Intervencionistas além da polícia tiveram atitudes racistas.

O conflito se intensificou e os deputados João Daniel (PT-SE), Paulo Pimenta (PT-RS) e Edmilson Rodrigues (Psol-PA) tentaram acalmar os ânimos. Eles, no entanto, foram atingidos por gás de pimenta jogado pela polícia.

Duas pessoas ainda não identificadas foram presas por porte de arma de fogo. Testemunhas disseram ter havido disparos.

Na segunda (16), os manifestantes tentaram invadir o Congresso e também houve confronto.