Como articulador político, quais são suas maiores dificuldades no momento?

São muitas. A burocracia, a instabilidade do País, mas temos conseguido superar. Em nenhum momento vimos o governador abaixar a cabeça e dizer: não vou fazer isso porque o Estado está em crise. O governador tem procurado resolver os problemas do Estado. Posso citar o exemplo da saúde, que avançou muito nesses dois anos e meio. Não vemos mais matérias sobre falta de alimentos, falta de medicamentos, tendas, corredores lotados. Mas sabemos que ainda existe muito a ser feito e a saúde é tripartite e não é tão simples.

 

O senhor já esteve do outro lado, portanto sabe bem o que os prefeitos estão passando. O que o governo pode fazer para minimizar os problemas dos gestores ?

O governador sempre foi municipalista e sempre teve atenção com os prefeitos. Ele não tem rejeição hoje com a classe de prefeitos. Nesse momento o governador tem feito gestos de parceria.

 

A discussão em torno do empréstimo trouxe algum mal estar ou problema entre o governo e os prefeitos?

De jeito nenhum. O empréstimo tinha uma finalidade e estão sendo feitas adaptações. O empréstimo veio em uma hora muito boa e vai unir governo, assembleia e prefeitos. O recurso será dividido entre todos os municípios e não discriminou ninguém.


Mas não seria assim

Uma parte sim, porque quando você amplia o HGP, o hospital regional de Gurupi ou melhora a condição de atendimento do hospital de Araguaína você está atendendo praticamente os 139 municípios. Não era um dinheiro localizado, mas atendia todo o Estado.


Como está o relacionamento do governador com os prefeitos?

Ótimo. Inclusive o governador está preparando uma agenda positiva e vai receber todos os 139 prefeitos do Estado.


Estamos em pré-campanha e já é possível identificar a movimentação de vários pré-candidatos ao governo em busca de apoio. Como o Palácio está se movimentando?

Nesse momento o governador está com uma agenda intensa e dois, três dias da semana está inaugurando obras, ampliando serviços. O foco principal agora é desenvolver essa agenda positiva de benefícios para o Estado.


Vários prefeitos do PMDB têm dito ao JTo: “estou no PMDB por enquanto”. Isso prova que há um certo descontentamento dentro do partido. O que está acontecendo? Há perspectiva de alguma ação para manter os possíveis dissidentes?

Não há problema de relacionamento do Palácio com os partidos, muito menos com o PMDB que é o partido do governador. Acreditamos que a tendência será ampliar a quantidade de prefeitos. No momento em que a política for se aproximando a tendência será de ampliar a base.


Atualmente, o PMDB tem dois pretensos candidatos ao Araguaia. Qual o plano para resolver a situação?

Quem são eles? (a reportagem citou a senadora Kátia Abreu e o governador Marcelo Miranda) Áh tá, eu esqueci. A gente vê assim: as eleições estaduais e as decisões dos partidos serão tomadas pelos diretórios estaduais. Então temos a certeza que no PMDB vai ser como nos outros partidos e quem vai decidir o candidato é o diretório estadual. Normal ter vários candidatos em um mesmo partido. Faz parte da democracia.

Qual o maior problema do governador para angariar apoio?

Não existe problema. As dificuldades que o governador encontra são as dificuldades normais que os outros políticos também têm. O governador, por seu estilo, tem até mais facilidade do que outros políticos no Estado que buscam o mesmo cargo.


Frustração de receitas, contingenciamento, cortes de pessoal. O governo vive uma crise financeira sem precedentes, com a possibilidade do atraso no pagamento de salários dos servidores. O que o governo está esperando para fazer os ajustes?

O governador está fazendo os ajustes no dia a dia, do tamanho que é necessário.


Que ajustes seriam estes? Porque temos conversado com outros secretários e sabemos que haverá um corte grande.

O governo ordena que os cortes sejam feitos de forma a não precarizar o serviço e somente o necessário. Não podemos negar que haverá algumas demissões, mas isso são coisas normais dentro do serviço público. O governo não está fugindo de fazer e tem feito. A saúde financeira do Estado não está ruim. Tanto que o Tesouro autorizou a contração dos empréstimos.

O Estado deve muito para o Igeprev, está com dificuldades com a data-base, há o corte do pessoal, entre outros. Como está com a situação financeira boa? Isso não é contraditório?

Não. A dívida do Igeprev já existia. E quanto à data-base, o governo tem feito um esforço grande pra cumprir. Se você analisar, os servidores efetivos correspondem a 80% da folha, então qualquer implemento impacta muito. Essa dificuldade não está acontecendo apenas no Tocantins, mas no Brasil. É um problema generalizado.


Esse tipo de problema não teria origem de uma ação eleitoreira? O gestor concede um aumento que ele não tem condição de pagar esperando que o problema caia no colo do próximo gestor.

Não vou te dizer que isso é uma situação generalizada, mas existem gestores mal intencionados que podem fazer dessa maneira.


Seria falta de planejamento então?

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A situação da Polícia Civil seria um exemplo, cujo passivo tem um impacto muito grande e o realinhamento foi concedido pelo governador Marcelo?

Existe a questão momentânea e a situação de um tempo pra cá só vem se agravando. O reajuste da data base de 2017 (3,98%) por exemplo, poderia ser o dobro se fosse dada há um tempo atrás. Hoje o reajuste de 2% impacta muito.