Entre os anos de 2017 e 2020, a Justiça Eleitoral do Tocantins realizou cinco eleições suplementares para o cargo de prefeito, o maior número da região Norte do país, que custaram aos cofres públicos mais de R$ 275 mil, corrigidos pela inflação. Os valores obtidos pelo JTo no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) através da Lei de Acesso a Informação se refere às eleições realizadas nas cidades de Itacajá, Taguatinga do Tocantins, Sandolândia, Lajeado e Pugmil e mostram que as despesas classificadas como custeio e de pessoal pelo TRE alcançam o total de R$ 247.283,13. Esse valor é correção e sem as despesas com pessoal de uma das eleições realizadas em 2020, sem o valor fechado pelo TRE.No mesmo período, o Tocantins também passou por uma eleição suplementar para governador, em junho de 2018, com custos de R$ 13.573.858,71. Esse prejuízo à União é o único até agora cobrado pelo Ministério Público Federal (MPF) na Justiça Federal em Palmas.MunicípiosO primeiro pleito ocorreu em Taguatinga em junho de 2017 e teve Altamirando Zequinha (PV) vencedor com 4.220 votos. Segundo o tribunal, a nova eleição custou R$ 95.949,01. Corrigido pela inflação (IGP-M/FGV) acumulada até dezembro de 2019 (16,3%) o valor ficaria em R$ 111.300,85. A eleição, de acordo com o TRE, teve que ser realizada por conta do indeferimento do registro de candidatura do prefeito eleito em outubro de 2016, Paulo Roberto Ribeiro (PSD), pelo Tribunal Superior Eleitoral em março de 2017. Ainda em 2017, outra eleição suplementar precisou ser feita em uma cidade tocantinense. No dia 3 dezembro daquele ano, os eleitores de Itacajá tiveram que escolher outro prefeito após pouco mais de um ano que tinham decidido por Manoel Pinheiro (PSDB). Por dois mandatos (2005 a 2012) Pinheiro comandou o executivo municipal. Contudo, o tribunal impediu a diplomação de Pinheiro para mais quatro anos por causa de uma decisão da Câmara de Vereadores de Itacajá, que rejeitou as contas de 2010 do ex-gestor. Com a decisão confirmada pelo TSE, a suplementar teve que ser marcada e custou R$ 73.426,76, ou R$ 85.175,04 já corrigidos. Na ocasião, Pinheiro voltou a colocar o nome, porém acabou derrotado para Cleoman Correia Costa (PR). Sandolândia Em 2018, Sandolândia, cidade localizada a 409 km da Capital, também passou por um pleito suplementar para prefeito. Segundo o TRE-TO, a nova eleição custou R$ 21.268,77. Corrigida a inflação do período (IGP-M/FGV) de 6,1% o valor fica em R$ 22.544,90. Com 1.439 votos, Radilson Pereira Lima (PSC) venceu a disputa contra Sérgio Murilo Cavalcanti (Solidariedade). Em agosto daquele ano, o TRE-TO cassou o mandato da prefeita Silvinha Pereira da Silva (PR). Segundo o TRE, a campanha de Silvinha teve financiamento de recursos com origem não identificada, e isso se enquadra em captação ilícita. Na época Radilson era presidente da Câmara Municipal e assumiu interinamente a prefeitura. Em dezembro de 2018 ele acabou eleito para ficar no cargo até 31 de dezembro de 2020.Em Lajeado, a eleição suplementar ocorreu em 1º de dezembro de 2019, custou R$ 53.914,96 e Antônio Luiz Bandeira Junior (PSB), o Junior Bandeira, saiu vencedor com 1.779 votos. Por lá, o novo pleito ocorreu devido a uma decisão de setembro daquele ano, na qual o TRE-TO cassou a chapa encabeçada pelo então prefeito Tércio Dias Melquíades Neto (PSD). De acordo com o TRE-TO, um esquema que envolvia distribuição de lotes em troca de votos nas eleições municipais de 2016 beneficiou a chapa vencedora. Parcial de PugmilO pleito suplementar em Pugmil ocorreu dia 2 de fevereiro, com menos de oito meses para as eleições municipais. Com 804 votos, Dircineu Bolina (PSDB) tornou-se o novo prefeito da cidade e derrotou Nazaré Amâncio (Cidadania) que ficou com 623 votos. Segundo o TRE-TO, as despesas do pleito com pessoal ainda vão ser fechadas e apenas o custeio está lançado no valor de R$ 2.723,63. A eleição suplementar em Pugmil aconteceu após o julgamento de uma Reclamação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro de 2019, mantendo a decisão do TRE-TO que cassou os diplomas de Maria de Jesus Ribeiro da Silva Mendes e Elton Barros Coelho, eleitos em 2016, em decorrência de captação e gastos ilícitos de recursos e abuso de poder econômico na campanha.