Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos durante mais uma fase da Operação Catarse, em Araguaína, Norte do Estado. As ordens judiciais estão relacionadas a pessoas supostamente ligadas a dois deputados. Conforme a Polícia Civil, as suspeitas é que todos estariam recebendo seus vencimentos junto à Assembleia Legislativa (AL), mas trabalhando como lideranças políticas dos parlamentares na região.

A investigação, conduzida pelo titular da Delegacia Especializada em Investigações Criminais – da região Norte (Deic Norte), Bruno Boaventura, suspeita que três homens e uma mulher estariam recebendo proventos oriundos de dois gabinetes de parlamentares, mas não exerciam o trabalho efetivo.

Ainda segundo o delegado, dois dos suspeitos, um deles empresário e outro professor, relataram que atuavam como cabos eleitorais dos deputados.

“Um dos interrogados trabalhava como motorista do parlamentar, quando havia visitas agendadas na região. O outro estava de licença médica de seu cargo no ensino público estadual, mas recebia pela Assembleia Legislativa do Tocantins”, completa o delegado.

Os outros dois investigados ainda serão ouvidos na sede da Deic Norte ainda nesta quinta-feira, 23. Além das oitivas dos suspeitos, documentos também foram apreendidos pela Polícia Civil durante a operação.

Questionado pelo Jornal do Tocantins sobre a identidade dos parlamentares, Boaventura afirma que, devido ao novo estatuto da Polícia Civil (conhecido como decreto da “Mordaça”) ele não tem autorização da Secretaria da Segurança Pública do Estado (SSP), para divulgar os nomes à imprensa.  "Caso não fosse mais necessário, poderíamos levantar o sigilo para os veículos de comunicação ter acesso aos autos. Mas nesse caso específico, como faltam algumas diligências, decidimos não levantar", finaliza.