O novo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Alvaro Pereira Leite, demitiu o secretário de Biodiversidade da pasta, Olivaldi Azevedo. O major reformado da Polícia Militar tinha sido indicado para o cargo pelo ex-ministro Ricardo Salles. Os dois são investigados pela Polícia Federal por exportação ilegal de madeira.A demissão de Azevedo ocorreu na quinta-feira (24), apenas um dia depois de Salles sair do ministério. A dispensa do secretário de Biodiversidade foi publicada nesta sexta-feira (25) no Diário Oficial da União.No dia 19 de maio, a PF deflagrou busca e apreensão em endereços ligados a Salles e ao Ministério. Azevedo também foi alvo das buscas.A ação teve como objetivo, segundo a PF, apurar crimes de corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e facilitação de contrabando. Os delitos teriam sido praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro.A operação, batizada de Akuanduba, foi deflagrada por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Eis a decisão (636 KB).Segundo a decisão da Corte, a PF afirma que Azevedo estava presente em uma reunião de Salles, o atual presidente do Ibama, Eduardo Fortunato Bom e parlamentares com representantes do setor madeireiro. Ele também teria deixado de comunicar irregularidades na exportação de madeira e o COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) teria identificado operações suspeitas ligadas a ele.O STF determinou ainda o afastamento preventivo de Azevedo do cargo. Também decidiu pela quebra dos sigilos bancário e fiscal do então secretário.Antes de ocupar o cargo na Secretaria de Biodiversidade, Azevedo foi diretor de Proteção Ambiental do Ibama (Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis). Ele deixou o cargo em abril de 2020, depois de uma operação contra garimpos e madeireiras ilegais no sul do Pará.A demissão foi considerada suspeita. Mas, na época, Azevedo disse ter pedido para sair do Ibama por motivos pessoais e negou ter sido exonerado por discordâncias com o presidente, Eduardo Bim, ou com o então ministro Salles.