A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (31), em Pernambuco, a Operação Vórtex, desdobramento da Operação Turbulência que investiga suspeitas de lavagem de dinheiro na compra do avião do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, morto em 2014.

A PF investiga a participação de mais uma empresa na compra do avião Cessna Citation, prefixo PR-FA, no qual Campos morreu com outras cinco pessoas em acidente durante a campanha presidencial.

Na investigação da Operação Turbulência, a PF identificou a participação de uma terceira empresa no esquema, que ainda não era alvo das investigações, por meio da análise da movimentação das contas bancárias de pessoas e instituições que comparam a aeronave. Essa empresa -cujo nome foi divulgado- teria repassado recursos para o grupo efetuou dois dias antes da aquisição da aeronave.

A empresa que efetuou os repasses, segundo a PF, possui diversos contratos com o governo de Pernambuco e fez doações de campanha a partidos e candidatos apoiados por Campos nas últimas eleições.

Foram expedidos seis mandados de busca e apreensão em endereços no Recife e em Jaboatão dos Guararapes e quatro mandados de condução coercitiva, todos no bairro da Boa Viagem, na capital pernambucana. Ao todo, 30 agentes participam da operação.

Vórtex é o nome dado ao movimento de massas de ar em formato de redemoinho que precede uma turbulência.

CORRUPÇÃO

A Operação Turbulência investiga um esquema de pagamento de propina e lavagem de dinheiro envolvendo as campanhas de Campos e do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB).

Deflagrada em junho do ano passado, a operação resultou na prisão do o empresário João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho, um dos donos do jato, por suspeita de intermediar o pagamento de propina.

Lyra e outras duas pessoas, Eduardo Freire Bezerra Leite e Apolo Santana Vieira, são apontados como chefes do esquema e teriam participação no arrendamento do avião usado por Campos.

Eles são acusados de formação de organização criminosa, lavagem de dinheiro, pagamento de propinas e crimes contra o sistema financeiro.

De acordo com o Ministério Público, os suspeitos teriam movimentado dinheiro de forma fraudulenta entre empresas de fachada e teriam consciência de que agiam de maneira ilícita.

O esquema vigorou entre 2010 e 2014 e movimentou cerca de R$ 600 milhões, segundo a Polícia Federal.

Em agosto de 2016, a Procuradoria entrou com denúncia contra 18 pessoas suspeitas de participar do esquema.

A ação foi arquivada em novembro pelo Tribunal Regional Federal da 5º Região, que considerou que não havia provas da lavagem de dinheiro. A Procuradoria recorreu da decisão.