Atualizada dia 20.10 às 11h56

Um Jaguar prata, com placa de São Paulo, e um Camaro branco, com placas de Gurupi estão entre os bens do governador Mauro Carlesse (PSL) bloqueados ou apreendidos pela Polícia Federal durante o cumprimento de ordens de mandado de busca e apreensão das operações Éris e Hygea, que resultou no afastamento do governador por 180 dias.

De acordo com o comunicado, houve bloqueio judicial de R$ 40 milhões determinado pelo ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça. O texto afirma que o montante faz parte dos milhões movimentados durante um “complexo aparelhamento da estrutura estatal voltado a permitir a continuidade de diversos esquemas criminosos comandados pelos principais investigados”.

A PF afirma, ainda, que a operação busca desarticular organização criminosa de membros da cúpula do governo do Estado, suspeita de obstruir investigações de combate à corrupção, além de desmantelar o esquema de pagamento de vantagens indevidas relacionadas ao Plano de Saúde dos Servidores do Estado do Tocantins (Plansaúde).

Os 280 policiais federais chegaram em Palmas em dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), por volta das 4h da manhã para cumprir 57 mandados de busca e apreensão e outras 50 medidas cautelares, como o afastamento do governador. A operação teve ação nas cidades de Palmas, Gurupi e Porto Nacional, no Tocantins, nas cidades goianas de Minaçu e Goiânia, além de Brasília São Paulo, capital.

As operações 

A operação Éris, mira o braço da organização criminosa instalado na Secretaria de Segurança Pública do Estado do Tocantins suspeito de obstruir as investigações, utilizando-se de instrumentalização normativa, aparelhamento pessoal e poder normativo e disciplinar contra os policiais envolvidos no combate à corrupção. O grupo ainda é suspeito de vazar informações de investigações em andamento aos investigados.

Segundo as investigações, o governo estadual removeu indevidamente delegados responsáveis por inquéritos de combate à corrupção conforme as apurações avançavam e mencionavam expressamente membros da cúpula do Estado. Há ainda fortes evidências da produção coordenada de documentos falsos para manutenção dos interesses da organização criminosa.

Já a operação Hygea tem o objetivo de desmantelar o esquema de pagamentos de vantagens indevidas relacionadas ao Plansaúde e a estrutura montada para a lavagem de dinheiro, assim como demonstrar a integralização dos recursos públicos desviados ao patrimônio dos  investigados.

Além da obtenção de novas provas, busca-se interromper a continuidade das ações criminosas, identificar e recuperar ativos frutos dos desvios, resguardar a aplicação da lei penal, a segurança de testemunhas e a retomada das Instituições Públicas. A partir das 14 horas desta quarta haverá uma sessão na Corte Especial do STJ para referendar as decisões do ministro Mauro Campbell.