-Imagem (1.579125)Após a divulgação de supostas ameaças feitas pelo capitão da Polícia Militar (PM), Edvardes Gomes de Sousa, gravadas em áudio, contra o prefeito Carlos Amastha (PSB), secretários e apoiadores de seu grupo político, a Prefeitura de Palmas ingressou com uma representação no Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir intervenção federal da União no Estado do Tocantins.No documento, Amastha, representante legal da prefeitura, imputa a responsabilidade sobre as ameaças ao governador Marcelo Miranda, por “conceder cargo de confiança a membro da Polícia Militar de alto escalão condenado por homicídio, para que este coordene os atos atentatórios a vida das pessoas, estabeleça milícia armada e torture pessoas que sejam contrárias ao grupo político do senhor governador e da vice-governadora Claudia Lelis”.Condenado a 12 anos de reclusão pelo assassinato, em 2003, de Carlos Antônio Vieira, Edvardes usou um aplicativo de troca de mensagens para divulgar os áudios que chegaram ao conhecimento de Amastha, segundo a representação, no dia 10 de junho. “Ele deixa evidente que a cidade está no comando de uma milícia armada, determinando sob ameaça, o toque de recolher”, consta no documento.No áudio, o capitão diz “que façam [Amastha e seu grupo] blindagem nas costas, que a partir do mês de agosto, quando iniciar a campanha, quem vai comandar a cidade é o capitão Edvardes, eu vou comandar a cidade, nós vamos esmagar esses vagabundos, vamos ver se eles tem barriga para caber a água do lago, vamos ver se a carcaça deles consegue ficar em cima da serra e virar comida de abutre”.Consta no documento que diante da situação, o prefeito comunicou o Comando Geral da PM para que as providências cabíveis fossem tomadas.Dias depois um novo áudio foi divulgado em que o capitão reconhece o conteúdo do áudio anterior e se diz soldado do PV, partido da vice-governadora Claudia Lelis. “Nós estamos no caminho certo, e aquilo que eu sempre venho pregando, que eu sou um soldado no partido, eu sou um soldado no PV”, diz Edvardes ao completar: “Vou continuar com minha ideologia de expulsar os bandidos de Palmas, dentro da legalidade, evidentemente, e não obstantemente aqueles que se sintam afrontados é porque tá fazendo a coisa errada”.Diante do exposto, Amastha, como representante da prefeitura, solicitou a intervenção federal no Estado. “A situação se torna mais preocupante, quando nos deparamos com a nomeação do referido membro de alta patente para um dos cargos mais estratégicos do Detran, em que o mesmo tem acesso à informações de praticamente todas as pessoas residentes no Estado”, argumenta o prefeito ao pedir o afastamento de Marcelo Miranda que teria “atentado conta a vida do chefe do Executivo municipal” com a nomeação de Edvardes.Justificando ainda que há, por parte de Marcelo Miranda, a intenção de “deturpar a ordem política e social na Capital”. Amastha solicita que o STF comunique a União para o envio de tropas do exército para acompanharem as eleições municipais. No documento, o representante solicita ainda que o Ministério Público seja comunicado.Tendo em vista que o capitão Edvardes cita ser “soldado do PV” em um dos áudios divulgados, o Jornal do Tocantins tentou contato com a sigla, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.