O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello começou seu depoimento na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado relembrando sua biografia nesta quarta-feira (19). Ele também disse que a Covid-19 ainda é uma doença desconhecida e responsabilizou prefeitos e governadores por incentivarem o Carnaval em 2020.

“O desconhecimento dos riscos da pandemia levou alguns gestores a manterem e incentivarem o Carnaval em 2020. E, novamente, o desconhecimento da gravidade das nossas cepas que circulavam pelo mundo no final de 2020 permitiu às autoridades estaduais e municipais conduzirem os processos eleitorais e as festas de final de ano.”

Pazuello declarou que a pasta sob seu comando agiu prontamente e trabalhou para conter, segundo ele, as duas ondas da pandemia: de saúde e econômica. Ele também disse que a Covid-19 é uma doença ainda desconhecida e sem remédios comprovados cientificamente.

“A prescrição de medicamentos de forma off label é uma prerrogativa dos médicos e está alicerçada em seu juramento de aplicar os regimes da Medicina para o bem do doente, segundo o seu entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém”, declarou.

O aumento na produção de cloroquina, remédio defendido pelo presidente Jair Bolsonaro para covid-19, mas sem comprovação de eficácia, deve ser alvo de questionamentos durante o questionamento pelos senadores.

Segundo decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Ricardo Lewandowski, que concedeu, em parte, o habeas corpus solicitado para o ex-ministro, Pazuello poderá ficar em silêncio em perguntas que possam incriminá-lo, mas deverá responder aos demais questionamentos feito pelos senadores na comissão.