Poder 360
O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) negou, em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, que defenda o contágio em massa da população pela Covid-19 como forma de atingir a chamada “imunidade de rebanho”. Apesar de ter estimado, no início do surto, que o novo coronavírus causaria menos de 800 mortes no Brasil, o parlamentar criticou “previsões apocalípticas que assustaram a humanidade”.
Durante os 15 minutos a que teve direito para sua fala inicial, Terra tentou se antecipar aos questionamentos dos integrantes da CPI ao dizer que a projeção de que haveria menos óbitos pela Covid-19 do que no surto da gripe do vírus H1N1, em 2009. Alegou que fez declarações com base em dados disponíveis em março e abril do ano passado, embora na época informações sobre o descontrole do vírus Sars-CoV-2 na China e na Itália já corressem o mundo.
O grupo majoritário da CPI, composto por senadores independentes de oposição, aponta o deputado e ex-ministro da Cidadania como um dos líderes do “gabinete das sombras”. Este seria uma estrutura paralela ao Ministério da Saúde para aconselhar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no enfrentamento da pandemia, inclusive com a defesa do chamado “tratamento precoce” com medicamentos ineficazes contra a covid-19, como a cloroquina.
Em uma reunião em setembro de 2020 no Palácio do Planalto, o virologista Paolo Zanotto propôs a Bolsonaro a criação de um “gabinete das sombras”. Estavam presentes médicos defensores do “tratamento precoce”, como a oncologista Nise Yamaguchi, e o próprio Osmar Terra, chamado na ocasião de “padrinho” do grupo.
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