O prazo para o encerramento do inquérito policial que investiga supostas fraudes envolvendo a implantação do Bus Rapid Transit (BRT) em Palmas está no fim, mas Polícia Federal (PF) já antecipou que ele deve ser prorrogado. Deflagrada no dia 10 de outubro a Operação Nosotros cumpriu 22 mandados (12 de busca e 10 de apreensão) e segue na fase de análise do material apreendido e oitiva das testemunhas, que até agora somam 15. Outras três testemunhas da Prefeitura são ouvidas na tarde de hoje na sede da PF.O delegado responsável pelas investigações, Rodrigo Borges, informou por meio da assessoria da PF, que as investigações atingem um ponto de confrontar as informações e as suspeitas de indícios de irregularidades podem se confirmar com a desconformidade dos depoimentos tomados na época das interceptações com os últimos. Os documentos fruto das buscas e apreensões, apesar do recente aprofundamento das análises, também já comprovariam algumas suspeitas.De todos os suspeitos de envolvimento, a Polícia Federal ainda precisa ouvir o prefeito Carlos Amastha (PSB), que está em viagem oficial para a Espanha, mas seu depoimento foi marcado para a próxima terça-feira, às 15 horas. O empresário Itelvino Pisoni também é citado e como também está em missão internacional da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) na Argentina, deve comparecer à PF na próxima semana. EsquemaAs investigações da PF, que culminou na Operação, chegaram a conclusão que pessoas ligadas à Prefeitura de Palmas, em conjunto com grandes imobiliárias, estariam coagindo donos de terras para que cedessem, a título gratuito, com o interesse na valorização das terras com a implantação do BRT. Outro ponto identificado pela PF foi a cobrança elevada do valor do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) para pressionar os proprietários e com a anuência da gestão.O delegado da PF, Rodrigo Borges Correia, explicou que as informações iniciais chegaram pelo Ministério Público Federal (MPF) e então o inquérito foi instaurado a fim de apurar uma suposta fraude na licitação do BRT. Com a análise dos dados técnicos, ele informou que foi identificado que algumas imobiliárias, que a princípio não teriam afinidade com o projeto, estariam subsidiando empresas que iriam participar e ainda que o material apreendido deve subsidiar denúncia por corrupção.