A nomeação de Sérgio Camargo para a presidência da Fundação Palmares foi suspensa por decisão do juiz Emanuel José Matias Guerra, da 18ª Vara Federal do Ceará. O magistrado acatou Ação Popular proposta contra ato do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que colocou Camargo no cargo. As informações são da Veja.Segundo a publicação, o juiz, ao fundamentar sua decisão, explica que publicações juntadas por Helio de Sousa Costa, autor da ação civil, apontam “a existência de excessos” em declarações de Camargo. “Não serão aqui repetidos alguns dos termos expostos nas declarações em frontal ataque as minorias cuja defesa, diga-se, é razão de existir da instituição que por ele é presidida”, pontua.No entanto, Guerra cita algumas declarações do presidente da Fundação Palmares: “Se refere a Angela Davis como ‘comunista e mocreia assustadora’, em que diz nada ter a ver com ‘a África, seus costumes e religião’, que sugere medalha a ‘branco que meter um preto militante na cadeia por crime de racismo’, que diz que ‘é preciso que Mariele morra. Só assim ela deixará de encher o saco’, ou que entende que ‘Se você é africano e acha que o Brasil é racista, a porta da rua é serventia da casa'”, aponta.Os exemplos citados, pondera o magistrado, mostram que Camargo publicou declarações “que tem o condão de ofender justamente o público que deve ser protegido pela entidade que ele preside.”Camargo foi nomeado para a Fundação Palmares por meio do Ato 2.377, de 27 de novembro de 2019, da lavra do Ministro-Chefe da Casa Civil.