Secretários e técnicos dos estados Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Roraima, Rondônia e o Tocantins discutem na tarde desta quinta-feira, 1º, nas Câmaras Setoriais e o Conselho de Administração a proposta de cooperação do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), implementação da carteira de projetos, acompanhamento da agenda de trabalho, assuntos administrativos, Estatuto e Carta de Palmas do 18ª Fórum de Governadores da Amazônia Legal. O evento é realizado na sede do Tribunal de Contas do Tocantins (TCE-TO), na Capital e segue até esta sexta-feira, 2. Dentre as áreas em discussão estão meio ambiente, saúde, educação, segurança pública, comunicação, planejamento e fiscalização. O objetivo é fazer, com as discussões, um diagnóstico da realidade especifica da região da Amazônia Legal e propor ações articuladas que possam atender as especificidades dos estados através das câmaras setoriais.Ao término das discussões, secretários e técnicos se reunirão em conselho deliberativo ainda nesta tarde para compor a Carta de Palmas, que deve ser assinada pelos nove governadores dos estados citados amanhã, após aprovação.O secretário de Meio Ambiente do Tocantins, Renato Jayme, afirmou que a Câmara Setorial do setor discutiu sobre a questão do fundo da Amazônia que, segundo ele, é uma questão importante tendo em vista que o Tocantins tem uma participação especial no processo. “Falamos sobre o Cadastro Ambiental Rural (CAR), requisito para que tenha monitoramento do desmatamento e controle das áreas. Ele veio do fundo da Amazônia. A região corresponde a 65% do território nacional”, pontua.Jayme destaca que os gestores têm discutido sobre políticas públicas, ações e financiamento de projetos que venham unir a questão do agronegócio e a preservação do meio ambiente. “Discutimos a vocação e a necessidade de cada estado para que tenha equilíbrio entre o setor produtivo e a preservação ambiental e captação de recursos. É hora de revertermos isso para distribuir para a comunidade”, ressalta, e acrescenta que o Tocantins tem o cerrado como bioma principal e o agronegócio é muito forte. “Aqui temos um projeto piloto para a recuperação do cerrado para produção de créditos e redução de carbono”, finaliza.EducaçãoAdriana Costa de Aguiar, secretária de Educação, Juventude e Esportes do Tocantins destaca que existem pontos em comuns entre os nove estados da Amazônia Legal que devem ser levados em conta na hora da distribuição de recursos oriundos do governo federal. “Atendemos indígenas, quilombolas, ribeirinhos que necessitam de um olhar diferenciado, pois nossas escolas recebem recursos iguais aos de outras regiões de realidades diferentes. Precisamos de planejamento das ações principalmente no que tange o investimento”, conclui.SegurançaPara o secretário de Segurança Pública do Tocantins, Cristiano Sampaio, várias ações na área de segurança devem ser interligadas. “Temos a Amazônia como tema comum, mas temos a segurança que possui problemas, como problemas das fronteiras que desaguam por aqui no Estado”, dizEle disse que a partir disso surgem desafios como integrar banco de dados, pensar de forma integrada para atuação eficiente. “Hoje discutimos a questão da instituição de comando e controle onde trocas de informações e ações que podem ser feitas simultaneamente e ações que podem ser financiadas através do fundo em comum”, informa.SaúdeEdgar Tolini, secretário de Saúde do Tocantins explicou que os secretários e técnicos da Amazônia Legal discutiram boas práticas do Estado na área da saúde. “Com essas reuniões dividimos conhecimento e multiplicamos ações”. Como exemplo para outros Estados, o secretário cita as melhorias no Hospital Geral de Palmas (HGP), principalmente na área de alta complexidade, onde são recebidos mais de mil pacientes por dia. “Temos problemas como grandes outros. “A região Norte, hoje, é considerada a melhor pagadora, mesmo tendo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) menor que as outras regiões como Sul e Sudeste”, destaca.Sendo boa pagadora, conforme Tolini, a região consegue trazer novos fornecedores e melhorar o atendimento para a população. “As propostas podem sair desde do menor estado ao maior estado, cada um tem uma contribuição para fazer. Nosso almoxarifado já chega a 80% do que é previsto da padronização do Sistema Único de Saúde (SUS) dos insumos e medicamentos, o ideal é 100%, temos trabalhado diuturnamente por isso”, finaliza.