Kelly Fernanda Carvalho da Silva, 23, denunciada pelo Ministério Público (MP) como a mulher encarregada de ter participado da contratação de Gustavo Araújo da Silva, 19 anos, para tentar matar o prefeito de Novo Acordo, Elson Lino (MDB) em janeiro de 2019, apresentou suas alegações finais para a juíza Aline Iglesias, na ação penal que acusa ainda o vice-prefeito Leto Leitão (PR) e o empresário Paulo Henrique de Souza, 28, de autoria intelectual do crime.
 
Na denúncia do Ministério Público, Fernanda é apontada como a mulher que foi procurada por Paulo para que ela arregimentasse dois meninos, de preferência, menores de idade, para executarem o serviço. Segundo a denúncia, Fernanda receberia R$ 5 mil e R$ 10 mil seriam repassados aos executores.  O pedido do MP é que Fernanda seja julgada pelo júri popular.
 
Para a promotoria, os quatro agiram com unidade de desígnios e comunhão de esforços, por motivo torpe e sob promessa de recompensa para matar a tiros o prefeito, que chegou a ser atingido por três tiros e sobreviveu, em janeiro de 2019.
 
A Defensoria Pública, responsável pela defesa da acusada, afirma nas alegações finais não ter sido provado que a mulher tenha participado da trama na forma que o MP afirma com bae apenas no inquérito policial.
 
Para o defensor Élson Stecca Santana as testemunhas ouvidas pelo juiz também não foram precisas em afirmar de forma categórica que Fernanda teve participação no crime e nem mesmo a vítima a conhecia. Santana pede a impronúncia (que não seja julgada pelo júri).
 
O empresário Paulo Henrique Souza Costa, 28 anos, acusado de intermediar a contração de Gustavo já apresentou suas alegações finais em dezembro do ano passado.
Segundo o réu, ele sequer conhecia Gustavo e não há com tê-lo contratado para executar o prefeito. Também alega que nenhuma testemunha provou as acusações da promotoria e nem o órgão conseguiu provar que ele contactou Fernanda para contratar dois meninos. E isso, segundo a defesa, seria suficiente para mostrar que o empresário não é o autor e nem teve participação na tentativa de matar Elson Lino.
 
Paulo Henrique pediu sua impronúncia, ou seja, que não haja decisão para que ele seja julgado pelo júri.
 
A acusação
Segundo o Ministério Público, três meses antes da tentativa de assassinato, Paulo conheceu o vice-prefeito ao cobrar dívidas de R$ 10 mil e de R$ 30 mil com agiotas. O vice então teria justificado que não quitava o que devia por dificuldades financeiras supostamente provocadas por falta de repasse do prefeito no valor de R$ 800 mil. 
Segundo a denúncia, numa das cobranças, Letinho propôs a Paulo que o ajudasse a planejar a morte do prefeito, ao assumir a prefeitura, pagaria as dívidas e colocaria Paulo em um suposto esquema de desvio de verbas da prefeitura de Novo Acordo. Com Paulo, a Polícia encontrou uma nota promissória de R$ 6 milhões que seria a garantia do compromisso entre eles.