Em encontro realizado ontem com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília, lideranças do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) criticaram a sinalização de que a senadora Kátia Abreu (PMDB) deverá ocupar o Ministério da Agricultura no novo governo da petista.

“A possível nomeação de Kátia Abreu vai contra qualquer possibilidade de avanço na reforma agrária”, afirmou após o encontro no Palácio do Planalto, Rosana Fernandes, integrante da direção nacional do MST.

“Kátia Abreu representa o agronegócio, o atraso, trabalho escravo. E representa, principalmente no seu Estado, a grilagem de terra. Portanto, somos contra a Kátia por questões ideológicas e políticas. Cabe à presidente nomear ou não. Nós demos o nosso recado”, emendou Alexandre Conceição, integrante da direção nacional do MST. Segundo os dois, Dilma não fez nenhum comentário sobre as críticas apresentadas no encontro à senadora.

Demandas

Na reunião no Palácio do Planalto, que também contou com a presença do ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, os integrantes do MST também apresentaram um plano com “propostas emergenciais para o campo”. Entre as demandas, está a cobrança para que o governo tenha um plano de metas para assentar no mínimo 50 mil famílias por ano, no período entre 2016 e 2018.

Ocupação

A reunião ocorreu poucas horas depois de um grupo de acampados e assentados do Movimento Brasileiro dos Sem-Terra (MBST) e da Frente Nacional de Luta no Campo e Cidade (FNL) terem ocupado a sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), onde ocorreu a posse de Kátia à noite. Os manifestantes derrubaram o portão de entrada da CNA e fixaram faixas com os dizeres: “Fora Kátia, assassina de índios” e “Dilma, nós te elegemos, não merecemos Kátia Abreu”.