O Ministério Público Federal (MPF) informou que um cheque da OAS, investigada na Operação Lava Jato, passou pela conta de campanha do então candidato à Vice-Presidência, Michel Temer (PMDB) em 2014, e foi repassado ao então candidato ao governo do Rio Grande do Norte, Henrique Eduardo Alves (PMDB).

O ex-ministro do Turismo no governo Temer, está preso desde o dia 6 de junho, por suposto recebimento de suborno na construção da Arena das Dunas, em Natal (RN). De acordo com o MPF, parte dessa propina veio da OAS. A quantia seria de R$ 500 mil, segundo a GloboNews, que teve acesso à cópia do cheque.

Conforme os documentos entregues em 2014 pela campanha de Temer ao Tribunal superior Eleitoral (TSE), R$ 5 milhões foram entregues oficialmente no dia 22 de agosto de 2014.

A informação dos R$ 500 mil de propina foram passadas nas delações do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousseff. Esse cheque foi assinado no dia 10 de setembro de 2014 pela campanha de Temer e o depósito foi feito no dia seguinte. O número e o valor do cheque são os mesmos que estão no diretório estadual do PMDB no RN.

JBS
Além desses R$ 500 mil da OAS, Alves também recebeu do então vice-presidente mais R$ 500 mil vindos da JBS, mas o MPF não informou se essa quantia era ou não ilícita.

Durante a campanha presidencial de 2014, a conta de Temer recebeu quase R$ 20 milhões, sendo que a JBS foi a maior doadora e a OAS a segunda maior. O advogado de Temer, Gustavo Guedes, explicou que o presidente optou por usar a conta própria para administrar melhor os recursos repassados a aliados durante a campanha e para saber exatamente para quem estava indo o dinheiro.

Guedes negou que Temer tivesse conhecimento sobre a suposta origem ilícita dos recursos e afirmou que a doação foi declarada à Justiça eleitoral.