Com envolvimento na luta separatista há três décadas, a Comissão de Estudo dos Problemas e Soluções do Tocantins (Conorte) ressurge no cenário político tocantinense ao divulgar um manifesto no qual se posiciona a favor do impeachment do governador Mauro Carlesse (PSL), afastado do cargo por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em inquéritos que apuram cobrança de propinas e aparelhamento da Polícia Civil.

Pelo menos há seis anos não havia manifestações públicas da Conorte nem de remanescentes do movimento até esta nota, divulgada neste domingo, 12. No texto, a entidade manifesta indignação com a "constante prática de corrupção com desvios de vultosos recursos dos cofres públicos, prática essa que vem sendo repetidamente promovida por diversos governantes”, diz o texto, que não traz assinatura de nenhuma pessoa. 

Ao Jornal do Tocantins, o presidente da Conorte, José Carlos Leitão, lembrou que a entidade atuou como líder no processo de criação do Estado e sempre quis “um Estado que desse orgulho aos tocantinenses". Leitão lembra que a ideia de separação de Goiás era para resolver as questões que afetavam a região, como subdesenvolvimento e desprezo da administração centralizada no sul do estado. 

Leitão justifica a nota ao afirmar que a entidade não poderia deixar de se manifestar diante a situação, em especial, por observar como a corrupção vem criando uma percepção negativa do Tocantins. Ele afirma que a Conorte irá realizar outras ações, além da nota, no sentido de sensibilizar o legislativo para que "a situação de corrupção não continue".

"Passados nos 33 anos, estamos vivenciando por várias situações de governantes que se envolvem com corrupção. Já são três a quatro governadores com indícios de envolvimento com corrupção e afastados de seus mandatos", lembra o presidente. "Isso denigre a imagem do Estado e dos tocantinenses que construímos com tanto esforço”, conclui. 

Manifesto pelo impeachment e apoio ao interino

Na nota, a Conorte cita que decide se incorporar no esforço conjunto dos advogados Paulo Roberto da silva e Evandro de Araújo de melo, além da Ordem Nacional dos Advogado no Tocantins (OAB-TO), Sindicato dos Servidores Públicos no Estado do Tocantins (Sisepe) e os estaduais para "apoiar e decidir" pelo impeachment. Também cita as investigações contra Carlesse em andamento e afastamento pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), por 180 dias. 

A comissão declara, na nota, apoio à gestão do governador em exercício, Wanderlei Barbosa (sem partido). “Estamos felizes com a chegada do Wanderlei, um tocantinense que pode governar seu Estado, que conhece nossas cidades e seu povo”, conclui.