Ivanildo Gonçalves confirmou a realização de saques milionários realizados a serviço da VTCLog durante seu depoimento à CPI da Covid nesta quarta-feira (1º). Os saques eram realizados a partir de cheques na “boca do caixa”. Segundo ele, o maior saque realizado foi no valor de mais de R$ 400 mil.

Segundo o funcionário, a maior parte das movimentações que ele fazia eram em agência da Caixa Econômica Federal do Aeroporto Internacional de Brasília. Muitas vezes, sacava e pagava boletos no mesmo lugar e voltava para a empresa com o que sobrava.

Segundo ele, quem ordenava os pagamentos e ficava com as sobras era Zenaide Sá Reis. Perguntado pelos senadores, Ivanildo disse não saber quem eram os beneficiados pelos pagamentos de boletos que ele fazia nos bancos.

“Era boleto de combustível, às vezes, que eu me lembre em mente. E, ao mesmo tempo, tinha fatura de cartão do pessoal da família; eu é que pagava. Então, esse aí era o meu papel”, declarou.

Relatório do Coaf (Comitê de Controle de Atividades Financeiras) indicou que Ivanildo sacou e depositou R$ 4.743.693 de um total de R$ 117 milhões em movimentações atípicas da VTCLOG detectadas pelo órgão.

Senadores da CPI suspeitam que o dinheiro em espécie que o motoboy teria movimentado para a VTCLOG pudesse servir ao pagamento de propina.

“São boletos de compromissos do Roberto Dias junto à Voetur e que foram pagos, e que foram pagos no momento em que o motoboy estava no banco, o que, a partir daí, se faz uma direta associação é um indício muito forte, uma comprovação do que essa comissão parlamentar de inquérito falou em todos os momentos”, disse Renan.

Roberto Ferreira Dias entrou na mira da CPI depois que o cabo da PM de Minas Gerais e vendedor autônomo de vacinas Luiz Paulo Dominghetti dizer que ele pediu US$ 1 por dose de vacina como propina.

Ivanildo também se reconheceu em imagens mostradas pelos senadores, nas quais o motoboy aparece nas mesmas agências em horários em que boletos de Roberto Ferreira Dias foram quitados. A CPI fez a conexão, dizendo que a VTCLog pagou boletos do ex-diretor de logística do Ministério da Saúde.