O ex-chanceler da Alemanha Helmut Schmidt, histórico líder social-democrata que dirigiu o país entre 1974 e 1982, morreu nesta terça-feira (10), aos 96 anos, em Hamburgo, sua cidade natal, informou a imprensa local.

Nos últimos meses, seu estado de saúde piorou consideravelmente. Em setembro, ele foi operado às presas pela obstrução de um vaso sanguíneo em uma de suas pernas. Após a cirurgia, o ex-chanceler pediu para receber alta do hospital.

Schmidt morreu em casa, acompanhado de sua mulher nos últimos anos, a ex-colaboradora Ruth Loah, e de sua filha, Susanne, que vive na Inglaterra e voou para Hamburgo ontem ao conversar com os médicos e descobrir que não havia mais esperanças para o pai.

Convencido defensor da unidade europeia, Schmidt foi o quinto chanceler da República Federal Alemã (a Alemanha Ocidental) ao suceder no governo do país, em 1974, o correligionário Willy Brandt.

Durante seus dois mandatos, mostrou firmeza contra o terrorismo do grupo Fração do Exército Vermelho (RAF), e teve também que combater as crises econômicas dos anos 70.

Junto ao então presidente da França, o conservador Valéry Giscard d'Estaing, Schmidt fortaleceu o eixo franco-alemão e impulsionou a unidade europeia, com o Sistema Monetário Europeu e a realização de várias cúpulas entre os países do continente.

Schmidt deixou o governo em 1982, mas seguiu presente na vida política alemã como uma voz autorizada nos principais debates políticos e econômicos do país, com uma clara defesa da unidade europeia e do euro.

Em 1981, ele passou por uma operação para colocar um marca-passo. Depois sofreu várias complicações cardíacas, a mais grave delas um infarto agudo em 2002.

O ex-chanceler era um fumante compulsivo e que não abandonava o cigarro nem nos atos oficiais nem nas entrevistas televisivas. Ele deixou o vício no último verão europeu, quando os médicos já tinham desistido de pedir que ele parasse de fumar.