O Ministério da Secretaria de Governo reforçou nesta 2ª feira (29) que as publicidades de estatais não precisarão ser aprovadas previamente pela Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência).

Após o ministério comandado pelo general Carlos Alberto dos Santos Cruz divulgar na 6ª (26) nota desautorizando interferência da Secom, o presidente Jair Bolsonaro disse no sábado (27) que propaganda do Banco do Brasil não seguia “a linha” dele e que os ministros tinham que segui-la.

Questionada pelo Poder360, a Secretaria de Governo afirmou que a declaração de Bolsonaro não contradiz a nota e que isso é “interpretação da imprensa”.

Procurada, a Secom, que é subordinada ao ministro Santos Cruz, não se manifestou e pediu para entrar em contato com a Secretaria de Governo.

Empresas estatais receberam na 4ª feira (24) email da Secretaria de Comunicação anunciando que todas as propagandas precisavam ser aprovadas antes da divulgação.

“A Secom, ao emitir o e-mail veiculado, não observou a Lei das Estatais, pois não cabe à Administração Direta intervir no conteúdo da publicidade estritamente mercadológica das empresas estatais”, disse o comunicado da pasta de Santos Cruz.

No dia 14 abril, o presidente Jair Bolsonaro vetou 1 comercial do Banco do Brasil que exaltava jovens e minorias. O responsável pela peça, Delano Valentim, perdeu o cargo de diretor de Comunicação e Marketing do BB.

ENTENDA O CASO

Secom baixa norma – em 24 de abril de 2019 a Secom, por meio do secretário especial de Publicidade, Glen Valente, determinou que as publicidades de estatais precisariam de aprovação prévia;

Santos Cruz – general que comanda a Secretaria de Governo e é hierarquicamente superior à Secom baixou contraordem determinando que estatais são responsáveis pelas campanhas publicitárias referentes a elas;

Bolsonaro – no sábado (27.abr.2019), o presidente disse que a propaganda não “é a linha” dele e que os ministros têm que segui-la. “Quem é que indica o presidente do Banco do Brasil? Não sou eu! A linha mudou. A massa quer respeito à família. Ninguém quer perseguir minoria nenhuma. Nós não queremos que o dinheiro público seja usado dessa maneira”, afirmou.