Ao comentar o aumento na remuneração dos médicos cubanos, anunciado hoje pelo ministério da Saúde, o chefe da pasta, Arthur Chioro, disse que a medida faz parte de um processo de aperfeiçoamento do programa Mais Médicos. "Nesses (próximos) três anos, nós teremos o desafio de fazer aperfeiçoamentos no programa. Nenhum programa nasce pronto", justificou Chioro.

A necessidade de melhorias, segundo o ministro, se deve à meta ambiciosa do programa. "Não há na história da humanidade um programa de provimento de médicos da magnitude do que estamos fazendo no Brasil", destacou o ministro em visita ao Anhembi.

Chioro explicou que, apesar do aumento da remuneração dos médicos cubanos, o governo brasileiro não terá um gasto adicional. O que aumentará é a parcela repassada pelo governo de Cuba aos profissionais. "É o governo cubano, com suas regras, que faz o pagamento aos médicos. Eles são funcionários do governo cubano. Têm suas carreiras e salários lá. A família deles têm direito a saúde e educação, têm um sistema previdenciário e regras trabalhistas", complementou.

Hoje, o ministério da Saúde anunciou uma mudança na lógica dos repasses e um aumento real de US$ 245 (R$ 570) nos salários dos médicos cubanos. O anúncio ocorreu após críticas recebidas nas últimas semanas, quando veio à tona que cubanos do Mais Médicos recebiam no Brasil o equivalente a US$ 400 (R$ 932).

O ministro disse, entretanto, que o aumento na remuneração dos cubanos não foi motivada pela desistência de alguns profissionais. "Tivemos a saída de cinco em um universo de 7.400 pessoas. Se outros forem embora, não há nenhum problema. Esse País respeita a liberdade e o direito de ir e vir", afirmou o ministro. Em caso de desistência de mais profissionais, o Brasil pedirá à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) que substitua os profissionais.