O ministro da Educação, Abraham Weintraub, afirmou nesta terça-feira (7) que a expansão do modelo de Ensino Superior nos governos anteriores foi uma “tragédia”. Weintraub, que substitui o ex-ministro Ricardo Vélez, demitido em 8 de abril, ainda criticou os modelos de investimento em educação, como o Fies.

O economista reiterou que o dinheiro investido pelos governos anteriores ao do presidente Jair Bolsonaro serviu para inflar os cursos de graduação nas instituições privadas. Entretanto, tal medida teria feito com que os alunos criassem dívidas e ficassem sem emprego.

“É uma tragédia o financiamento estudantil. São 500 mil jovens começando a vida com o nome sujo“, disse.

As declarações foram dadas em uma audiência pública na CE (Comissão de Educação, Cultura e Esporte) do Senado Federal, em que foi convidado para apresentar as diretrizes e os programas prioritários da pasta.

Weintraub também criticou o modelo de funcionamento das universidades brasileiras. Defendeu a autonomia universitária, destacando que tal medida não significa soberania.

“Não podemos permitir que tenha consumo de drogas nos campus. Por que a polícia não pode entrar no campus de uma escola? É 1 país autônomo? Tem violência acontecendo lá dentro, não pode entrar. Tem que bater palma e ficar olhando?“, afirmou.

Sobre o orçamento das universidades e instituições de ensino federais, o ministro afirmou que não haverá corte, mas sim “1 contingenciamento”. Segundo ele, o recurso poderá voltar a ser liberado se a reforma da Previdência for aprovada. Neste momento, o líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) agradeceu, de forma irônica, o “sinônimo”.

“Não houve corte, não há corte. Vou repetir: não há corte, há contingenciamento. Se a economia tiver 1 crescimento – e nem é ‘recuperar’ porque estamos em 1 marasmo à perder de vista – mas se tivermos crescimento econômico com a aprovação da nova previdência, é só o que falta. A gente já voltou a consumir bens duráveis. Está faltando o último gatilho que é investimento em infraestrutura, investimento em máquinas e equipamentos. Isso vai retomar a economia. Retomando a dinâmica, aumenta a arrecadação, se descontingencia. Não há corte. E isso não foi imposto, a gente tem que cumprir a lei de responsabilidade fiscal“, disse Weintraub.