O governador afastado do Tocantins, Mauro Carlesse (PSL), afirma considerar a iminente admissão de seu processo de impeachment pela Assembleia Legislativa como um “ato apressado e impensado”.Em nota ao JTo por sua assessoria, o governador lembra que seu pedido de reconsideração da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que o afastou do cargo está pendente de deliberação do ministro Mauro Campbell e disse confiar “na Justiça Brasileira e nos justos”.Segundo Carlesse, ele aguarda que o recurso seja deferido “para o retorno ao cargo para o qual foi eleito com a maior votação da história do Tocantins”.Carlesse afirma ainda que os processos no STJ são inquéritos – ou seja, não há denúncia nem ação criminal - e que seu afastamento “se deu apenas com base em uma investigação unilateral, sem que tivesse tido o direito de ser ouvido e de apresentar preliminarmente documentos que desconstroem totalmente a tese apresentada pelo Ministério Público Federal”.No texto, o governador afirma que “segue sereno” e está com “a consciência tranquila de que seus atos sempre foram para resgatar a credibilidade do Estado e recuperar as contas públicas”.Ele cita como resultado de sua gestão, o reenquadramento do Tocantins na Lei de Responsabilidade Fiscal e a retomada de obras como prova da recuperação da capacidade de investimento. “Vitórias que o Tocantins obteve com a participação decisiva dos deputados estaduais que sempre apoiaram essas medidas de austeridade, visando o desenvolvimento do Estado”, conclui.A Procuradoria-Geral da Assembleia deve entregar nesta terça-feira, 7, um parecer sobre cada um dos quatro pedidos de impeachment protocolados na Assembleia Legislativa contra o governador afastado Mauro Carlesse, do PSL.O último protocolo ocorreu às 17h18 de segunda-feira, 6 ,levado pelo advogado Indiano Soares, autor constituído pelo Partido Liberal, o que obrigou o procurador-geral, Alcir Ranieri Filho, a ampliar a análise já feita sobre os outros três pedidos, do sindicalista Cleiton Pinheiro, do deputado Júnior Geo (Pros) e do advogado Evandro de Araújo de Melo Júnior.Apesar do teor dos pareceres não serem públicos, ainda, o procurador confirmou ao JTo as declarações do presidente da Assembleia, Antônio Andrade (PSL), dada ao G1 Tocantins, de que abrirá o impeachment. De acordo com Ranieri, as conversas entre o setor jurídico e a presidência sacramentaram o entendimento para admitir uma das quatro representações e iniciar o processo de impeachment.