O governador Marcelo Miranda (MDB) desembarcou de um avião particular, na tarde de ontem, no hangar do governo no Aeroporto Brigadeiro Lysias Rodrigues, em Palmas. O chefe do Executivo estadual foi recebido pela vice-governadora Claudia Lelis (PV), assessores e secretários e presidentes de autarquia.

Marcelo retornou ao Estado um dia depois de ter seu mandato e o da vice-governadora cassados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por arrecadação ilícita de recursos durante a campanha de 2014.

Sem falar com a imprensa, o governador seguiu direto para o Palácio Araguaia, onde se reuniu com assessores e secretários presentes. A Secretaria de Comunicação não deu informações sobre a reunião ou detalhou se, ou quando, Marcelo se pronunciará, mas nos bastidores é esperado que o governador se manifeste à população por meio de vídeo.

Julgamento

Por maioria de votos (5 a 2) os ministros do TSE cassaram na última quinta-feira os mandatos de Marcelo e Claudia. Os ministros determinaram o cumprimento imediato da decisão, sem aguardar a apresentação de eventuais recursos por parte da defesa.

Ainda em março do ano passado, quando o julgamento teve início, a ministra relatora do caso, Luciana Lóssio, votou contra a cassação por considerar não haver provas de que os recursos encontrados em uma aeronave apreendia em Piracanjuba (R$ 504 mil), além de um depósito de R$ 1,5 mil na conta de um dos presos na ocasião, seriam usados na campanha de Marcelo. O voto da relatora foi seguido pelo ministro Napoleão Maia.

Ao apresentar voto-vista, na quinta-feira, o presidente da Corte, ministro Luiz Fux, considerou inconsistências nas versões apresentadas sobre a origem e o destino do dinheiro e ainda que os depoimentos dos presos na operação deixaram clara a relação entre o dinheiro apreendido e a campanha de Marcelo Miranda e Claudia Lelis. O voto de Fux foi seguido pelos ministros Admar Gonzaga, Rosa Weber, Luís Roberto Barroso e Jorge Mussi.