Confira a entrevista em áudio no player abaixo:

Candidato a governador na Eleição Suplementar do Tocantins pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Mário Lúcio Avelar falo sobre as razões que o fizeram decidir pela disputa ao comando do Executivo estadual. Entre os motivos, ele destaca o dever cidadão, a necessidade de trabalhar para combater a corrupção, ampliada por sua experiência ao longo de quase 30 anos como Procurador da República e ainda a observação da situação de retração econômica e social vivida pelo Tocantins.

“Tenho alguns anos de estrada e compreendo que nesta fase, aos 52 anos, eu posso ensaiar uma participação mais efetiva, construir algo para a política guiada por valores como a defesa intransigente da democracia, do pluralismo de ideias e busca pela melhoria da qualidade de vida”, avalia.

Avelar considera que teve uma a participação importante para a estruturação do Tocantins e do Ministério Público Federal no Estado. “Naquela época havia uma quantidade grande de recursos, o Estado estava em fase de implantação, Capital e seus poderes. No entanto, percebemos a contundência que a política partidária tradicional - a politicagem - trata o uso dos recursos públicos”, diz ele, acrescentando que o Tocantins foi um Estado erguido em bases patrimonialistas, em que a corrupção era regra.

O candidato argumenta que a observação da crise democrática e aprofundamento dos conflitos sociais despertou o interesse em contribuir para a qualificação do debate e apresentar propostas alternativas para a sociedade. “Essa crise nos moveu a apresentar esta ousada ideia de uma candidatura. E como cidadão, acredito que seja um dever contribuir para este processo”, comenta.

Mário Lúcio explica que sua candidatura é independente, dotada de total autonomia. “Uma candidatura que não tem financiamento de empresas, recursos ilícitos. Não tenho compromisso de ordem alguma a não ser o compromisso com a sociedade, com o interesse público e com as transformações sociais, reclamadas e ansiadas pela população”, destaca.

Sobre sua escolha pelo PSOL, Avelar frisa que levou em consideração o fato de ser um partido que não tem dono, embora reconheça que tenha problemas de estruturação e implantação e é um partido que a abriga ideias mais próximas daquilo que ele defende. “Há uma motivação especial, o PSOL tem representatividade e em seus quadros não há envolvidos, acusados ou denunciados por processos de corrupção ou de mal feitos na vida pública”, diz ele.

Segundo Avelar, no País existe uma cultura que torna difícil a escolha por um partido político. “Os partidos políticos no País invariavelmente têm donos e são utilizados para beneficiar uma classe determinada, ora para venda de horários eleitorais, ora para negociatas. Muitos partidos funcionam como clubes privês. O PSOL não”, garante. Como consequência dessa relação, ele avalia que a maioria das campanhas é abastecida por caixa dois, por dinheiro do crime organizado, narcotráfico ou interesses nebulosos”, afirma.