O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse nessa terça-feira (27) que 100% dos pedidos de impeachment já analisados por ele até agora contra o presidente Jair Bolsonaro são “inúteis” para o que foram propostos.

Lira fez a declaração ao responder ao deputado Henrique Fontana (PT-RS), que argumentou que “abrir o processo de impeachment de Bolsonaro é uma questão democrática”.

O petista contestou afirmações feitas por Lira em entrevista à rádio Jovem Pan, na segunda-feira (26).

O presidente da Câmara falou que 90% a 95% dos pedidos não tinham “absolutamente nenhuma razão de terem sido apresentados” a não ser a tentativa de causar “um fato político” e os demais tinham “muito pouca coisa”.

“Eu não posso concordar com o que disse o presidente Arthur Lira de que 95% dos pedidos de impeachment não têm consistência nenhuma”, disse Fontana em sessão da Câmara nessa terça-feira (27).

“Eu vejo muita consistência em diversos pedidos, mas mais do que isso eu quero ter o direito democrático de poder analisar esses pedidos, numa comissão processante, com debates, busca de dados, que é o papel do parlamento. Por isso, encerro essa fala apelando mais uma vez para que seja acolhido um dos pedidos de impeachment contra Bolsonaro.”

Lira, então, respondeu:

“Eu ouvi Vossa Excelência calado e espero que Vossa Excelência também me ouça calado. Não cabe a esta Casa, neste momento, instabilizar (sic) uma situação por conveniência política de A ou de B. O tempo é o da Constituição, na conveniência e na oportunidade. Os pedidos de impeachment, em 100%, não 95%, em 100% dos que já analisei são inúteis para o que entraram e para o que solicitaram.”

O presidente da Câmara ainda pediu que o colega tivesse paciência.

“Queria só pedir um pouco de reflexão ao deputado Fontana, que eu não via esses apelos nos 2 anos do ex-presidente Rodrigo Maia”, falou Lira.

“Então, eu estou há 2 meses, deputado Fontana, e pediria à Vossa Excelência um pouco mais de tranquilidade, um pouco mais de paciência.”