Durante participação em programa de debate do site Uol, o líder do Governo de Jair Bolsonaro (sem partido) na Câmara dos Deputados, Vitor Hugo (PSL), fez críticas ao discurso do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em entrevista dada ao Fantástico, na TV Globo, no domingo (12).

Ao ser questionado sobre as respostas dadas pelo ministro, Vitor Hugo disse que “ninguém é insubstituível” e considerou que Mandetta erra ao “incitar qualquer divergência com o presidente da República, que é o chefe dele”.

O deputado eleito por Goiás chegou a questionar a ética do titular da Saúde. "Fazer isso de maneira isolada e dando a entender que está criticando a atitude do presidente, na minha visão, não é uma atitude correta e ética”, disse ao Uol.

Além dele, participaram do debate outros governistas. Uma delas foi a deputada Carla Zambelli (PSL), que opinou que a demissão de Mandetta não traria tanto desgaste para o Planalto. Ela ainda disse que a população aceitaria depois de escutar as falas do ministro na entrevista de domingo (12).

Antes disso, ela, o deputado Osmar Terra (MDB), o líder do Governo no Congresso Nacional, Eduardo Gomes (MDB), e o deputado federal Coronel Tadeu (PSL) haviam tentado minimizar as divergências entre o ministro e o presidente.

Zambelli disse que há muita especulação sobre os desentendimentos. Eduardo Gomes chegou a comentar sobre a entrevista ao Fantástico: “O ministro da Saúde diz que é o presidente da República que nomeia”.

Contrariam previsões

Osmar Terra, que é médico, contrariou, no entanto, as previsões do ministério de que o pico da doença será em junho e disse acreditar que a epidemia termina em maio. Ele também voltou a falar contra o isolamento como medida de contenção.

Para ele, a pandemia está chegando ou já chegou ao pico. “Dia 8 teve um número muito elevado de casos novos —2.200 casos novos. Nos dias seguintes, 9, 10, 11, 12, não teve nenhum número que superou isso. Pode ser o início. Acho que temos que esperar até o final da semana”, avaliou. Sobre a quarentena, o deputado disse que é uma estratégia que não reduz casos e traz prejuízos econômicos.

João Dória

Outro alvo dos governistas foi o governador de São Paulo, João Dória (PSDB). Coronel Tadeu chamou os decretos do chefe do Executivo estadual de “absurdos” e disse que a Polícia Militar não deve seguir às ordens.

Zambelli chegou a dizer que vai pedir uma investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Dória. Isso, porque o governador disse que pode mandar prender quem desobedecer às regras de isolamento.

Em atualização nesta segunda-feira (13), o Ministério da Saúde confirmou 23.430 casos de coronavírus e 1.328 mortes. Mandetta e Bolsonaro têm tido discursos contrários a respeito da crise do coronavírus. O primeiro defende medidas rígidas de contenção, enquanto o presidente da República já chegou a chamar a doença de "gripezinha".