A Justiça decidiu por prorrogar a prisão temporária de Luciano de Carvalho Rocha, primo do ex-governador Marcelo Miranda (MDB), por mais três dias. Rocha está preso desde o dia 1º e a Polícia Federal (PF) pediu para que sua prisão fosse prorrogada. A decisão desta quinta-feira, 3, é do juiz João Paulo Abe.A polícia solicitou o pedido por três razões: o suspeito estaria criando obstáculos para à apuração dos fatos; a custódia precisa ser mantida enquanto se conclui a análise e retirada dos dados dos celulares de Rocha e de sua esposa, Kamile Oliveira Salles, que também acabou presa no dia 1°, mas teve a prisão revogada por auxiliar nas investigações e por ter dois filhos menores de idade. O pedido da PF é encampado pelo Ministério Público Federal (MPF).Os dados aprofundam o depoimento de Guilherme Costa de Oliveira, cunhado de Rocha que, conforme a polícia, teria confirmado à polícia que Kamile e Rocha controlavam a empresa Construarte para Miranda na suposta prática ocultação, dissimulação, e consequente lavagem de capitais.Rocha alegou à Justiça que estava sendo ameaçado na prisão por ter parentesco com o ex-governador e, mesmo tendo curso superior, estava preso com custodiados comuns e solicitou cela especial. Para garantir sua integridade física, a Justiça também decidiu por transferi-lo para outra unidade de custódia.InvestigaçãoKamile, Rocha e Oliveira foram presos no último dia 1º na Operação Urutau, desdobramento da Operação Reis do Gado. Eles são suspeitos de fazer parte de uma organização criminosa de lavagem de capitais e desvios de recursos públicos ligada ao ex-governador Marcelo Miranda, também preso preventivamente no dia 26 de setembro, mesmo dia em que seu pai Brito Miranda e seu irmão Brito Júnior foram presos.Rocha também é vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Tocantins (Sinduscon-TO) e filho de Luiz Antônio da Rocha, Oliveira é cunhado do ex-governador, que tem Construtora Construarte Eireli em seu nome e é suspeito de ser "testa-de-ferro". Os prejuízos com contratos públicos ligados às empresas falsas podem ultrapassar R$ 50 milhões Naquela ocasião, o juiz João Paulo Abe decretou quebra de sigilo bancário e fiscal dos investigados e buscas na casa do cunhado do então governador, Marcelino Leão Mendonça. Conforme a decisão do dia 1°, a Construarte (WTE ENGENHARIA LTDA) é beneficiária de diversos contratos com o governo do Estado durante a gestão de Miranda, seria concretamente controlada pela família do próprio governador. “Segundo informado, a empresa em comento era concretamente controlada por Luciano de Carvalho, primo do ex-governador e de seu pai Brito Miranda. Conforme afirmou o colaborador, Luciano teria atuado como interposta pessoa em favor de Marcelo Miranda em diversos negócios de caráter fraudulento, tendo utilizado seu nome para, juntamente com o cunhado do governador, Marcelino Leão Mendonça, constituir a empresa WTE”, diz trecho da decisão.-Imagem (1.1166946)