A Justiça recebeu uma denúncia contra quatro suspeitos de envolvimento nos crimes investigados pela Operação Ongs de Papel, além do Instituto Prosperar e a empresa GM Locações.Com a decisão, passam a ser réus por formação de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro Iuri Vieira de Aguiar, conselheiro fiscal do Instituto Prosperar – Cultura, Sociedade, Meio Ambiente e Desenvolvimento (Ipros), Eduardo Borges da Silva, tesoureiro do Ipros, Iury Rocha Aguiar, presidente do Ipros e João Paulo Silveira, empresário operador da empresa de fachada GM Locações. Além da Ipros e GM Locações.A decisão que recebeu a denúncia no dia 23 de agosto é juiz Kilber Correia Lopes, 1ª Vara Criminal de Araguaína. Nela, o juiz considera a urgência do caso e determina o bloqueio de bens que estão no nome dos investigados.Entre os bloqueios estão o sequestro dos valores existentes em contas bancárias, aplicações financeiras e dos veículos no nome dos investigados, além do sequestro dos imóveis mediante expedição de ofícios ao CRIs de Araguaína e Palmas.As medidas, conforme a decisão, serão efetuadas até que se complete o valor indicado pelo Ministério Público Estadual (MPTO), que é de R$ 2.703.350,00 pelos crimes praticados contra a Fazenda Pública.O juiz fixa o prazo de dez dias para os réus ofereçam suas defesas e respostas e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas.Segundo a denúncia, oferecida pelo Ministério Público Estadual (MPE) no dia 26 de julho, a partir do relatório final da Polícia Civil, os réus desviaram recursos públicos de emendas parlamentares, repassados do Poder Executivo estadual para o IPROS, depois transferidos à empresa de fachada GM Locações de onde eram pulverizados para beneficiários finais. A estrutura do esquema girava em torno Iuri Vieira Aguiar e o grupo possuía compartimentalização funcional de atividades entre os membros da suposta organização criminosa que teria movimentado do IPROS para a conta da GM LOCAÇÕES, entre 13 de maio de 2015 a 17 de outubro de 2018, quantia de R$ 2.703.350,00, segundo a denúncia.Os promotores afirmam que Iuri Aguiar era o responsável por exercer a articulação e o comando da organização criminosa e dirige, na prática, o instituto e várias empresas fachada, como a Max Service e a Health Consulting, por meio de “testas de ferro”. A denúncia cita como exemplo, o caso de Eduardo Borges da Silva, prestador de serviços da Max Service alçado à tesouraria do IPROS, e Iury Rocha da Silva, trabalhador com vínculo com à Health Consulting, inscrito na presidência do IPROS. A partir daí, segundo a denúncia, eles abriram contas bancárias do IPROS e registraram senhas. “Mais do que simples “laranjas”, ambos eram remunerados para auxiliar o líder na empreitada delitiva e inclusive confeccionavam notas fiscais “frias”, diz o MPE.Além disso, a denúncia afirma que a GM Locações, representada por João Paulo Silveira, somente existe no papel. Seu sócio-proprietário, Lúcio Almeida da Silva, dono de mais 11 empresas vive em situação de mendicância em Pau D’Arco, onde, ocasionalmente, trabalha como “chapa”.Saiba todos os detalhes sobre o caso e das investigações aqui.DefesaAo Jornal do Tocantins, por telefone, advogado Antônio Ianowich Filho, que atua na defesa de Iuri Aguiar e João Paulo Silveira, disse que até o momento não foram cientificados da decisão, mas que assim que forem acionados irão se manifestar. A defesa ainda disse que nesta terça-feira, 27, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) se posicionou pela liberdade de seus clientes.A redação busca contato com a defesa dos demais citados. (Colaborou Lailton Costa)-Imagem (1.1835190)