Samir Leão
Colaboração Rafael Chaves (CBN Tocantins)Na manhã desse domingo, 2, os parlamentares da Câmara Municipal de Araguanã, cidade às margens do Rio Araguaia, no norte do Tocantins, escolheram através de uma eleição indireta, a vereadora Irene Rodrigues Ramos Duarte (PSD), para mandato tampão até 31 de dezembro. Como oito votos a favor, Nilva, como é conhecida na cidade, venceu o pleito contra a ex-primeira-dama Raimunda Leite (PSC). A cerimônia de posse também ocorreu neste domingo.
“Em primeiro lugar agradeço a Deus e a todas as pessoas que estiveram ao nosso lado durante essa caminhada. Ficou bem claro na nossa chapa a honestidade e lealdade. Pretendo dar continuidade a um mandato digno, honesto e trabalhando junto e em parceria com a Câmara Municipal.”, disse a prefeita após a sessão que a elegeu.
Nilva já estava no cargo de prefeita interina e contou que ficou assustada com toda a situação que o município atravessou. “Fique assustada e muito triste com tudo isso que se passou. Jamais passou por minha cabeça essa situação e agora estou em mandato de apenas quatro meses com todas as reviravoltas. Mas estou aqui para dar o meu melhor para minha cidade”, comentou.
A eleição ocorreu porque o prefeito e o presidente da Câmara Municipal morreram e não havia ninguém na linha sucessória para assumir o município. As regras e calendário saíram em publicações do Diário Oficial de sexta-feira, 17, e sábado, 18 de julho, em atos publicados pela presidente interina da Câmara, Arly Cássia (PSD).
Hernandes Neves de Brito, o Hernandes da Areia (DEM) era o vice-prefeito eleito na chapa de 2016 com o prefeito Fernando Luiz dos Santos, o Fernando do Osmar (PSD), que renunciou em dezembro de 2017, em razão dos problemas pessoas e para não sofrer prejuízo em seus negócios rurais.
O democrata contraiu Covid-19 e se afastou para tratamento, quando o presidente da Câmara Cícero Cruz de Araújo (PSD) assumiu interinamente a gestão. No mandato em substituição, Cruz sofreu um infarto e morreu no dia 26 de junho. O prefeito afastado teve o quadro agravado e acabou por falecer por Covid-19, no sábado, 11 de julho, o que levou o município a realizar duas eleições nesse ano, uma indireta em agosto e a direta que será em novembro.
Covid-19
Sobre as medidas de combate à Covid-19, que segundo o último boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES), já infectou 67 pessoas e vitimou três na cidade, a prefeita eleita afirmou que as medidas já estão em vigor e que dará andamento nas ações. "Já estamos fazendo o possível e o impossível. Temos o decreto do uso de máscaras, álcool em gel, distanciamento e isolamento. A prioridade é tratar bem nossa comunidade, em especial nossos servidores públicos", disse a chefe do executivo municipal.
Compra de votos
Derrotada na eleição, Raimunda Silva Leite é esposa do ex-prefeito de Araguanã, Alan Brasil Alves de Sousa, que comandou o município até 2016. Após o resultado, a ex-primeira-dama conversou com o jornalista da CBN Tocantins Rafael Chaves e disse que a adversária venceu após compra de votos. “Primeiro queria agradecer a Deus e parabenizar a colega Irene pela eleição. Mas teve aí uma compra de votos. Ontem à noite (sábado) teve movimentação na casa dos colegas. Eu já sabia que isso iria acontecer, mas segui firme e forte e quis enfrentar até o fim. Teve gente que chegou a pedir que eu retirasse a chapa, mas eu disse não. Quis oferecer uma segunda chance a eles. Pois eu luto e quero o bem de Araguanã.”, pontuou.
Questionado se essa suposta compra de votos iria interferir na gestão da prefeita eleita, Raimundo disse que a gestão já desonesta. “A gestão já vem governando de forma desonesta. Então ela vai continuar e o mandato inteiro será assim. Não tem como fazer uma gestão boa. A saúde está caos, a educação está parada. É uma má gestão desde o início. Espero que se for ela mesmo que irá administrar e não tiver ninguém atrás da porta, espero que ela faça uma boa gestão.”, finaliza Raimunda Leite que encabeçava a chapa puro sangue com Cicero Alves de Sousa, ambos do PSC.
Prefeita
A pescadora Irene Rodrigues Ramos Duarte encabeçava uma chapa só de mulheres. Vereadora eleita em 2016, ela tem 50 anos e elegeu-se vereadora em 2016. Sua candidata à vice era Maria de Lourdes Fortaleza, a Maria do Telefone (DEM), piauiense de Ipiranga, 56 anos, que disputou uma vaga na Câmara, em 2016, pelo DEM. Segundo informações do jornalista Rafael Chaves, que acompanhou a sessão, a chapa de mulheres recebeu oito votos e apenas uma parlamentar não compareceu na votação.
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