A Polícia Civil constatou que existem servidores fantasmas no gabinete do deputado estadual Valdemar Júnior (MDB) e que, além de não trabalharem, devolviam grande parte dos salários para outros servidores do gabinete. Três pessoas, que trabalham no gabinete do deputado, foram presas no último dia 19 e tiveram os celulares apreendidos, entre os presos o chefe de gabinete de Valdemar, Dional Vieira de Sena. Conforme o Portal da Transparência da Assembleia Legislativa, existem 65 contratados no gabinete do deputado Valdemar, sendo que o total, de todos os gabinetes dos deputados estaduais somam mais de 1,7 mil servidores.

Os três servidores do gabinete do deputado Valdemar deixaram as unidades prisionais no último dia 21. Mas o juiz plantonista Luiz Zilmar dos Santos Pires determinou que eles sejam monitorados pela Polícia Civil, inclusive por videoconferência. Eles tiveram as prisões decretadas pela Justiça porque estariam atrapalhando as investigações da operação Catarse, inclusive com intimidação de testemunhas sobre servidores fantasmas na Assembleia.

Sem dar muitos detalhes, pois o inquérito é sigiloso, a polícia adiantou que a prática ilegal não se restringe ao gabinete de Valdemar e que outros gabinetes de deputados estaduais estão sendo investigados. O delegado da 1ª Delegacia da Capital, Cassiano Ribeiro Oyama, informou que a partir das investigações foi possível observar que essa prática estaria sendo realizada em outros gabinetes. “Temos mais cinco inquéritos em andamento e outras investigações iniciais para verificar se cabe abrir inquérito”, explica.

Denúncias

O delegado Gregory Almeida Alves do Monte, da Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma), detalhou que as investigações partiram de uma denúncia anônima, feita na 1ª Delegacia da Polícia Civil na Capital, que após apuração preliminar verificou-se que tinha fundamento e foi instaurado o inquérito. Os delegados informaram que, após as ações de combate a corrupção da Polícia Civil, começaram a chegar muitas denúncias nas delegacias, algumas anônimas, outras as pessoas comparecem e contam os casos, inclusive servidores públicos.