Atualizada às 14h11 As queimadas e fumaça que estão sufocando a capital esquentaram as relações políticas entre a prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) e a oposição. Com o incêndio de grande proporção que atingiu o Parque Cesamar nesta segunda-feira, 2, a prefeita recebeu críticas de vereadores da oposição e do ex-prefeito e antigo aliado Carlos Amastha (PSB). Antes mesmo do incêndio, o vereador Milton Neris (PP), agora oposição, discursou na Câmara e depois divulgou em redes sociais um áudio criticando a gestão ambiental do Executivo Municipal. De acordo com o parlamentar, a Prefeitura de Palmas não tem eficiência para combater as queimadas e nem planejamento de gestão ambiental. “A secretaria diz que está ainda no processo de seleção dos brigadistas. A lei dá o poder para o Executivo contratar emergencialmente. Temos brigadistas que trabalharam por décadas em nosso município, é só chamá-los. A verdade é que a gestão está dormindo”, afirma o vereador no áudio. Após o registro de fogo nas imediações do Cesamar e do Instituto Federal do Tocantins IFTO, a prefeita foi às redes insinuar crime no incêndio. “A que ponto chegamos? Colocar em risco a população, dizimar espécies da fauna e flora, nosso cerrado, espécies raras, por conta de um jogo sujo... fogo no coração da cidade, fogo na serra, perdendo pesquisas, perdendo história pela ganância de uns e falta de escrúpulo de outros”, disse em uma postagem. A gestora também disse que pediu o reforço da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Guarda Metropolitana para a captura dos responsáveis pelo fogo. “Atitudes bárbaras”, escreveu Cinthia ao afirmar que “não se trata de jogo político. Quando miram a prefeita atingem diretamente milhares de palmenses, desumano!” A postagem recebeu resposta imediata do vereador Tiago Andrino (PSB), aliado do ex-prefeito. Para ele, pela gravidade do crime ambiental denunciado, a prefeita deveria imediatamente dizer quem é o criminoso incendiário e levar ao conhecimento do Ministério Público. "Nada justifica o descaso da gestão em não ter uma equipe de brigadistas para conter as queimadas", criticou. O ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB) também criticou a prefeita nas redes sociais. Segundo ele, a gestora sempre busca culpados pelos problemas na cidade. "Quando o número de casos de dengue multiplicaram vezes 10 no ano que passou, a culpa foi do mosquito. Quando nossas UPAs tiveram aquelas filas enormes e falta de médicos, a culpa foi a desorganização do Estado. Agora, as queimadas, a culpa é dos adversários políticos. Deixa eu explicar uma coisa: essas são responsabilidades da gestão, queimadas sempre existiram e sempre foram criminosas. É preciso atuar na prevenção, na fiscalização, na conscientização, mas sempre teve brigadas gigantesca para atacar o fogo. Paramos de procurar culpados para nossa incompetência e nossa falta de gestão", criticou. O Jornal do Tocantins aguarda resposta da prefeitura para que o órgão explique o motivo da falta de brigadistas contratados pelo Executivo para apagar os incêndios deste ano. Investigação Em nota, a Polícia Civil, através da Delegacia Especializada de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente e Conflitos Agrários (DEMAG - Palmas), afirma que não houve registro de Boletim de Ocorrência sobre esse caso na delegacia. Já a Fundação Municipal de Meio Ambiente (FMA) disse que o fogo foi criminoso e foi combatido com a ajuda da Guarda Metropolitana de Palmas (GMP), Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Seisp), com acompanhamento da FMA. A Guarda está colaborando com as investigações para achar os criminosos.