O governo iniciou 2016 com uma dívida de cerca de R$ 180 milhões em contribuições dos servidores (recolhidas na folha de pagamento) e a patronal para o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS) do Tocantins. Desde agosto do ano passado, o governo deixou de fazer os repasses. O novo secretário estadual da Fazenda, Edson Ronaldo Nascimento, planeja regularizar a situação ainda no final deste mês. Contudo, ele adiantou que será necessário parcelar a dívida e, com isso, o governo acumulará o terceiro parcelamento com o Instituto de Gestão Previdenciária do Tocantins (Igeprev). Em 2015, o débito gerado pelas contribuições (patronal e dos servidores) de agosto a dezembro de 2014, que não foram pagas, teve que ser parcelado. No ano anterior, foi parcelado o recurso do Igeprev utilizado indevidamente pelo governo para pagar o Plansaúde e o auxílio-funerário.O secretário explicou que a situação não será regularizada já, pois, para fazer o parcelamento da dívida, o governo precisará fazer um repasse imediato de R$ 60 milhões. “Há possibilidade de termos esse recurso em caixa só depois do dia 20, quando o governo receberá a segunda parcela do Fundo de Participação dos Estados (FPE), do mês de fevereiro”, detalhou. Nascimento ainda frisou que o governador Marcelo Miranda (PMDB) orientou que a prioridade é o pagamento dos salários, mas em segundo lugar fica a regularização do Igeprev.PagamentosO presidente do Igeprev, Jacques Silva, contou que teve uma reunião com Nascimento, na qual deixou claro que novos atrasos de repasses das contribuições não poderão ocorrer, pois isso prejudicará o pagamento das pensões e aposentadorias. Ele detalhou que o governo para conseguir parcelar a dívida primeiro precisará repassar as contribuições recolhidas dos servidores e pagar parte, mesmo que pequena, da patronal. Silva ainda destacou que os atrasos são prejudiciais ao governo, pois os valores precisam ser corrigidos, ampliando o valor em comparação ao inicial. “Então, vamos acordar mais esse parcelamento, mas não terá como ocorrer novos atrasos de repasses”, afirmou.PatrimônioO secretário da Fazenda iniciou um mapeamento de imóveis do governo estadual para que sejam repassados ao Igeprev, como um aporte de capital. Outra alternativa em estudo é a venda da dívida ativa do Estado e parte dos debêntures gerada irão ao Igeprev.Jacques Silva disse que a ideia é interessante, mas existem grandes empecilhos para receber os imóveis, pois há pendências de documentos. “Estamos fazendo o levantamento e poderemos receber imóveis também como pagamento de parte da dívida, pois já investimos nessa área em outros estados, por que não aqui?”, avalia Silva. Questionado sobre a perspectiva para este ano, o presidente do Igeprev frisou que a receita dará para pagar os benefícios de 2016, mas o governo precisará reduzir o ritmo das aposentadorias, para não pesar a folha de pagamento do RPPS. Sem essa medida, o Executivo precisará fazer aportes de recurso do Tesouro Estadual.-Imagem (1.1034378)