A presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR), visitou o ex-presidente Lula na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba nesta  sexta-feira (1º) e disse que o petista está “bastante abatido” e “chorou várias vezes” após saber da morte do neto Arthur Lula da Silva, de 7 anos.

“Ele está muito triste. Disse que nunca esperaria uma notícia como essa. Disse que deveria ser proibido um pai enterrar um filho, um avô enterrar um neto. Ele está bastante emocionado, bastante abatido. Chorou várias vezes. A gente procurou confortá-lo, conversar com ele, durante a tarde”, disse Gleisi, após deixar a PF.

Segundo a presidente do PT, a PF e o Judiciário ainda estão “discutindo qual seria a melhor forma e como poderia ser os meios para garantir a segurança” de Lula para ir a velório e enterro do neto.

Assista a vídeo divulgado no Twitter de Lula:

Neto de Lula, Arthur Lula da Silva morreu na manhã desta 6ª. Ele estava com meningite meningocócica. Deu entrada na mesma manhã no Hospital Bartira, em Santo André (SP), com febre alta. Não resistiu.

Sandro Luis Lula da Silva, filho do ex-presidente, e Marlene Araujo Lula da Silva são os pais da criança.

Após saber da notícia, a defesa de Lula entrou com o pedido à 12ª Vara Criminal Federal de Curitiba para que o ex-presidente possa sair da prisão temporariamente com base no artigo 120 da Lei de Execução Penal.

O dispositivo estabelece que “os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semiaberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer um dos seguintes fatos: falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão”.

De acordo com a Folha de S. Paulo, juíza Carolina Lebbos, da 12ª Vara Criminal Federal de Curitiba, autorizou Lula a sair temporariamente da prisão para ir ao velório do neto.

O velório será no Cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo (SP). A cremação do corpo está prevista para as 12h deste sábado (2.mar.2019).

O cemitério é o mesmo onde foi cremada a ex-primeira-dama Marisa Letícia, morta em fevereiro de 2017.

O ex-presidente está preso desde 7 de abril na Superintendência da PF (Polícia Federal) de Curitiba. Foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP).

Avião à disposição

Em nota, o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), informou que liberou avião do governo do Estado para deslocar o ex-presidente Lula até São Paulo.

A liberação atendeu a pedido da superintendência da Polícia Federal no Paraná.

“O apoio para o deslocamento permitirá que o ex-presidente participe do velório do neto Arthur Araújo Lula da Silva, que morreu nesta sexta-feira em Santo André, vítima de meningite”, diz a nota.

Lula não foi a velório de irmão

Em janeiro, Lula também pediu para deixar a prisão para comparecer ao velório do irmão, Genival Inácio da Silva, conhecido como Vavá, que morreu em decorrência de câncer no pulmão. No entanto, o pedido foi negado pela juíza Carolina Lebbos.

A decisão foi confirmada pelo desembargador federal Leandro Paulsen, do TRF-4 (Tribunal Federal da 4ª região), mas o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, aceitou recurso da defesa e autorizou a saída de Lula.

Apesar da decisão, o ex-presidente não aceitou as condições estabelecidas por Toffoli, que determinava que o encontro com os parentes deveria ocorrer em 1 quartel das Forças Armadas. A liminar foi deferida quando o velório já tinha começado.