O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvea Vieira, defendeu a compensação histórica pela transferência da capital federal a Brasília como um dos argumentos para pedir ajuda ao presidente Jair Bolsonaro em um plano de investir R$ 40 bilhões no Rio de até 2026.

"Éramos a capital do Brasil do reinado até a década de 1960. Houve a fusão depois. Nenhuma compensação ao Rio", disse. 

Vieira se encontrou com Bolsonaro na tarde desta quinta-feira, 28. Ele foi acompanhado por um grupo de cerca de 40 empresários do Rio. O presidente da Firjan afirmou que também justificaria a ajuda federal a falta de infraestrutura no Estado, especialmente na região da Baixada Fluminense.

A comitiva entregou o documento “Mais Rio, mais Brasil” a Bolsonaro. O estudo recomenda investimentos em saneamento na região metropolitana, que custaria R$ 15,1 bilhões, obras de R$ 11,4 bilhões em linhas do metrô, entre outras. Segundo o presidente da federação, o Rio teria capacidade de investir R$ 18,5 bilhões até 2026. O aporte da União seria de R$ 22 bilhões. 

"Como o Rio está em recuperação fiscal, há limite de investimento", disse. 

Vieira citou Bonn, capital da Alemanha Ocidental, como um paralelo para a compensação histórica. "Lembramos (a Bolsonaro) que Bonn, quando foi a união da Alemanha, recebeu 1 bilhão de euros daquela época, que a população alemã pagou por ter perdido a capital. Relembramos esse fato histórico", afirmou o presidente da federação. Berlim é a capital da Alemanha desde a reunificação do país, em 1990.

"Estamos propondo uma reflexão histórica. Para que autoridades reflitam", disse. 

Atritos com Witzel

Vieira desviou dos atritos entre Bolsonaro e o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC). "Acho que cada um tem o seu temperamento. Não vou entrar no mérito", afirmou. O presidente Bolsonaro tem dito que Witzel mira as eleições presidenciais de 2022 e trabalha para prejudicar a sua família.