Com discurso apaziguador, o novo ministro das Comunicações, Fábio Fária, tomou posse na manhã desta quarta-feira (17) numa cerimônia realizada no Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo.O deputado eleito pelo PSD, ao tomar posse, falou em “armistício patriótico”. Elogiou jornais e internet (“símbolo da liberdade de expressão”) e terminou assim: “Permanecem agora 3 coisas: a fé, a esperança e o amor. Porém, o maior deles é o amor. Que o amor pelo Brasil possa nos unir como brasileiros”, disse.O discurso faz uma contraposição ao chamado “gabinete do ódio”, que teria assessores palacianos atando adversários políticos de Bolsonaro.O filho 02 do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), assistiu ao discurso no mezanino do Planalto. Ele é responsável por idealizar a estratégia de redes sociais do presidente. QUEM ESTAVA PRESENTEFaria conseguiu levar para a solenidade os presidentes do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).Além deles, compareceram à posse:Gilberto Kassab – presidente do PSD e ministro das Comunicações no governo do ex-presidente Michel Temer.Felipe Melo – jogador do PalmeirasAlexandre Pato – jogador do São PauloRodolfo Landim – presidente do FlamengoMichele Bolsonaro – primeira-damaHamilton Mourão – vice-presidente da RepúblicaJoão Otávio Noronha – presidente do STJBruno Dantas – ministro do TCUGeneral Braga Netto – ministro da Casa CivilMarcos Pontes – ministro da Ciência e TecnologiaPaulo Tonet – vice-presidente de Relações Institucionais do Grupo GloboAmilcare Dallevo – presidente da RedeTV!Marcelo de Carvalho – vice-presidente da RedeTV!Johnny Saad – presidente do grupo BandeirantesFábio Wajngarten – Secretário-executivo do Ministério das ComunicaçõesEduardo Gomes (MDB-TO) – senador e líder do governo no CongressoChamou a atenção que o ministro Abraham Weintraub (Educação) não estava presente. Até porque haveria dificuldade em Toffoli e Maia estarem numa mesma cerimônia que Weintraub.O novo ministro das Comunicações declarou que a pandemia da covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus) torna necessário 1 “armistício patriótico” e deixar a “arena eleitoral para 2022”.“É preciso, sobretudo, respeito. E que deixemos as nossas diferenças político-ideológicas de lado para enfrentar esse inimigo invisível comum, que lamentavelmente tem tirado a vida de milhares de pessoas e gerado danos incalculáveis à Economia. É hora de pacificar o país”, afirmou.A posse de Fábio Faria guarda similitude com o início do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), há 25 anos, em 1995.Naquela época, Sérgio Motta assumiu o Ministério das Comunicações. Foi comissionado por FHC a privatizar o sistema de telefonia brasileira, e também a comandar informalmente a articulação política do governo e coordenar a reeleição do tucano. LEILÃO DO 5G E PRIVATIZAÇÕESFaria falou em “avanços tecnológicos” nos campos da telefonia, da internet, rádio e TV. Citou Anatel, Correios, EBC e Telebras. Reportagem do Poder360 publicada na última 5ª feira (11.jun) mostrou que o leilão da internet e as privatizações de empresas públicas estavam no pano de fundo para a recriação da pasta.“Passo fundamental para esse objetivo [de ampliar acesso à internet] é a implementação da infraestrutura para o 5G, que permitirá uma banda larga móvel, de altíssima potência e qualidade e impacto na economia, além de proporcionar aos brasileiros grande acesso ao conhecimento”, disse.O novo ministro também mencionou as concessões de outorgas de serviços de radiodifusão, que vinha sendo tocada pelo ministro Marcos Pontes. Ele acumulava as Comunicações em sua pasta.“Um desses desafios é democratizar o acesso às tecnologias de vanguarda da comunicação, de modo a conectar todos os cidadãos na chamada sociedade da informação. Esse trabalho vinha sendo muito bem conduzido pelo ministro Marcos Pontes e necessitará do seu apoio continuado à frente do MCTI por ser 1 dos projetos comuns às nossas pastas”, afirmou Faria.Pontes também discursou e mencionou as concessões de outorgas. Disse que havia 73 mil processos parados quando assumiu o ministério. Agora, segundo ele, são 37 mil. Reportagem do Poder360 publicada em 30 de dezembro de 2019, no entanto, mostrou que o governo fechou aquele ano com número irrisório de renovações de concessão.Fábio Faria assume as Comunicações também com a tarefa de articulação política. A concessão de outorgas é parte importante dessa tarefa, já que os serviços de comunicação de “vanguarda” são importantes para políticos comunicarem suas ações em mais de 5,5 mil municípios do país.