“Acho que é descabido, onera o Estado, o povo é quem precisa de todos os benefícios do mundo, agradeço, mas não concordo”, reagiu Siqueira Campos (DEM) neste sábado, 19, ao projeto de lei encaminhado pelo governador Mauro Carlesse (DEM) e aprovado no último dia 16 pela Assembleia Legislativa (AL) concedendo a ex-governadores do Tocantins quatro militares estaduais como equipe de segurança pessoal.Em contato telefônico, Siqueira disse que mesmo a despeito da boa intenção da iniciativa do Executivo e da validação dos deputados estaduais, ele argumenta de que não precisa desse benefício. “Tenho a riqueza imensa de ter casa pra morar, de não faltar comida e além onerar o Estado ainda desvia o militar de suas funções”, argumentou. Para o ex-governador, o povo está precisando muito de segurança e é a ele que deve ser dirigido todo o esforço nesse sentido. Contatado pelo Jornal do Tocantins sobre o benefício aprovado pelo legislativo tocantinense, o prefeito de Paraíso do Tocantins e ex-governador Moisés Avelino (MDB) foi lacônico: “Não preciso e não quero”. Em nota à imprensa, o ex-governador Marcelo Miranda (MDB) disse que mesmo respeitando a decisão dos deputados ele abre mão do benefício.Sua esposa, a deputada federal Dulce Miranda (MDB), se disse surpresa com a decisão, principalmente em um momento tão delicado como este: “Particularmente sou contra esse benefício. Um governador deve sim ser assistido por equipe de segurança quando na função do mandato, fora isso não justifica esse aparato. Principalmente num País onde a segurança pública é um assunto diário, um apelo a sociedade por mais policiais nas ruas”.O projeto prevê que os militares fiquem à disposição dos ex-governadores por oito anos para cada mandato exercido, com salários pagos pelo Estado. Apenas governadores que tenham ocupado o cargo por mais de dois anos são alcançados pela medida.Além de Siqueira, se enquadram na lei os ex-governadores Moisés Avelino (MDB) e Marcelo Miranda (MDB). A partir de 2023, a medida beneficiará também o atual governador Mauro Carlesse (DEM). Ficam de fora os ex-chefes do Executivo tocantinense Raimundo Boi, Carlos Gaguim (Podemos) e Sandoval Cardoso (SD), que tiveram mandatos menores que dois anos.