Em entrevista ao Jornal do Tocantins, o ex-governador Sandoval (SD) diz que recorrerá da sentença que o condenou a ter suspensos seus direitos políticos por 1 ano e 8 meses, por discordar do entendimento do juiz Rafael Gonçalves de Paula, que também atinge o ex-secretário de Administração Lúcio Mascarenhas. A condenação tem como base a concessão de diversos benefícios a servidores públicos que aumentaram as despesas governamentais durante período eleitoral, o que é proibido e considerado crime no país. A pena inicial era de prisão, em regime aberto, por 1 ano e 8 meses, mas acabou substituída pela proibição de se inscreverem em concurso, avaliação ou exame públicos, pelo tempo da pena. Cardoso e Mascarenhas também estão proibidos de exercer cargo, função ou atividade pública, ou mandato eletivo, também por 1 ano e 8 meses.Confrontado se a sentença o incomodava por ter cassado seus direitos políticos – o que, em tese, o impede de disputar eleições em 2022- o ex-governador não confirma se irá tentar disputar algum cargo. Na entrevista, por telefone, Sandoval afirma que só irá discutir eleições após resolver as pendências jurídicas. “A candidatura vai ser definida lá adiante, quanto tudo estiver mais transparente”, diz. Sandoval discorda do entendi mento do juiz disse acreditar que o Tribunal de Justiça irá reformar a sentença, que ele entende estar errada, pelo entendimento equivocado do juiz sobre a situação. “Era uma situação complexa e o juiz não entendeu o que foi feito e eu até entendo que ele não tenha compreendido, mas nós vamos recorrer e eu acredito plenamente que, com o bom entendimento, o tribunal vai nos salvar dessa injustiça.”Sandoval afirma que se tratou de ato de gestão que buscava corrigir distorções nas carreiras e que não houve nenhum prejuízo ao Estado. “As portarias editadas, não por mim, eram somente para execução de obrigações legais de uma lei anterior à minha gestão, que há muito vinham sendo ignorados pelas gestões anteriores e havia uma queda de braço muito grande. Não causaram nenhum aumento de despesa porque foram anuladas”.Outro ponto respondido pelo ex-gestor é o entendimento do juiz de que o ex-gestor buscava dividendos políticos para se reeleger em 2014, quando disputou e perdeu as eleições para Marcelo Miranda (MDB). “O intuito não era ganho político. Para isso, o Estado tem mil maneiras possível. O que nós fizemos, e eu confio plenamente na palavra do doutor Lúcio Mascarenhas e nos estudos feitos, de que a adoção daquelas medidas para cumprir uma lei anterior, beneficiaria os servidores a longo prazo e ajustaria as contas, sem prejudicar a situação financeira do Estado”. Sandoval também defendeu que no curto mandato tampão, tentou ajustar a gestão para fazer o estado avançar e corrigir algumas falhas nas carreiras dos servidores. “Será que os atos que eram para cumprir uma lei que já existia foram os que prejudicaram o Estado?. Eu não acredito. A sentença está muito longe da realidade”.Sandoval reforça que ficou apenas 10 meses no governo do Tocantins e o ato dos rejustes era apenas de gestão. “Quando eu assumi essas leis e o estudo que o doutor lúcio fez, com todas as categorias pra esse reenquadramento, ele já existia, eu só cumpri com minha função de governador, cumpri a lei e no meu entendimento, no que foi me passado, é que isso traria um ajuste nas contas do Estado do Tocantins e também corrigiria os problemas na carreira dos servidores a longo prazo”.