O capitão da reserva Lucinio Castelo de Assumção, ex-deputado federal, se entregou na Corregedoria da Polícia Militar do Espírito Santo nesta terça-feira (28).A Justiça Militar havia decretado sua prisão e de outros três policiais na sexta-feira (24) sob acusação de participação no motim que paralisou o policiamento no Estado, deixando 198 mortos entre os últimos dias 3 e 24, segundo o Sindicato dos Policiais Civis.Na segunda (27), o sargento Aurélio Robson Fonseca da Silva também se entregou. O tenente-coronel Carlos Alberto Foresti está preso desde sábado (25). Ainda falta cumprir o mandado de prisão do soldado Maxsom Luiz da Conceição.Os quatro policiais já haviam sido indiciados pelo crime militar de revolta, que prevê de pena de 8 a 20 anos de prisão. No processo, serão analisadas provas e os militares podem ser absolvidos ou até demitidos da corporação.No sábado, houve uma tentativa de prender o Capitão Assumção no 4º Batalhão da PM, em Vila Velha, mas o ex-deputado conseguiu fugir em meio a uma confusão no local.Desde o início do motim, Assumção compartilhou em redes sociais cerca de 30 vídeos incentivando o movimento de familiares que bloqueou os portões dos batalhões e criticando o governo do Espírito Santo."A responsabilidade por esta onda de violência é do governo do Espírito Santo intransigente", escreveu. "Familiares resistem bravamente à frente do Batalhão de Missões Especiais. Comando está ameaçando os policiais militares. Venham todos pra cá apoiar os nossos familiares", diz outra publicação.Assumção é aliado do deputado federal Jair Bolsonado (PSC-RJ) e quer se candidatar à Câmara em 2018.Já o tenente-coronel Foresti, chefe do Copom (Centro de Operações da PM), chegou a ser internado com crise nervosa após saber que policiais haviam sido baleados na Grande Vitória. Ele ordenou que os PMs que trabalhavam no Copom desligassem os rádios.A defesa dos policiais ainda não foi localizada pela reportagem.PUNIÇÕESNo total, o Espírito Santo já iniciou processos punitivos -indiciamentos ou processos administrativos- contra mais de 2.800 policiais. O efetivo no Estado é de dez mil homens. No sábado, o comandante-geral da PM capixaba, Nylton Rodrigues, afirmou que a volta dos policiais ao trabalho pode amenizar a situação daqueles que são alvo de punições.Depois de um novo acordo, as mulheres de policiais desobstruíram os batalhões e a atividade policial foi normalizada no Espírito Santo na tarde de sábado.A saída das mulheres ocorreu após um entendimento com o secretário de direitos Humanos do Espírito Santo, Júlio Pompeu, e a adesão da CUT (Central Única dos Trabalhadores) ao movimento.